Game Boy completa 30 anos: 7 curiosidades sobre o portátil

Ontem o Game Boy original completou 30 anos. No dia 21/04/1989, o menino monocromático da Nintendo chegava ao mercado do Japão para substituir a linha Game & Watch. Três meses depois, desembarcava na América e pouco depois na Europa.

Caindo imediatamente no gosto popular, a criação da equipe de Gunpei Yokoi venderia mais de 60 milhões de unidades pelo mundo. Somado ao modelo Color, com o qual compartilha jogos, a Nintendo bateria uma marca astronômica: 118 milhões.

Várias explicações cabem para tentar entender o fenômeno que foi o Game Boy. A principal talvez seja a soma de baterias duradouras e excelente acervo de games. Afinal, se a proposta era diversão portátil, esses dois pontos atacavam com precisão.

Tinha seus problemas, claro, como a falta de retroiluminação e impossibilidade de jogar em ambiente escuros. A maioria dos acessórios eram trambolhos desajeitados — alguns excelentes como o link cable. E a falta de cor não o impediu de dominar totalmente seu segmento, lutando contra máquinas mais novas e coloridas, como Game Gear, Atari Lynx e TurboExpress.

7. Menino vulnerável

Hackeado por um grupo de adolescentes...

No fim dos anos 80, a preocupação com software não-autorizado já era grande. Ninguém queria repetir os passos da Atari, que se ***** muito com a onda de games eróticos ou de péssima qualidade que caíram sobre o 2600, por exemplo. O Game Boy saiu com seu sistema de proteção contra piratas e violadores em geral, claro.

Mas um grupo de fedelhos britânicos quebrou a proteção com relativa facilidade. Jez San, então adolescente, descobriu que games só iniciam quando a palavra Nintendo desce pela tela e ocupa certo lugar na memória do sistema. "Descobrimos que com só 1 resistor e 1 capacitor — componentes que não custavam mais que 1 centavo — podíamos bater a proteção", contou ele anos depois.

Sabendo isso, ele e os amigos produziram um jogo 3D para o Game Boy, mais tarde lançado no Japão com o título de X. Esse grupo fundaria a Argonaut Software, que em parceria com a Nintendo, produziu o chip Super FX.

6. Nas mãos delas

Por que a Cameron Diaz estava usando um vestido prateado e posando com um Game Boy em 1995? Sei lá. Mas a Nintendo garante que nessa época, mulheres já eram parte maciça do público do portátil.

O Game Boy foi provavelmente o primeiro sistema a ter grande aceitação feminina. Em 1995, a Nintendo afirmava que 46% dos usuários eram mulheres. Isso estava de acordo com a tendência vista mais tarde, já que em 2014, estimava-se que 52% do público gamer era feminino.

5. Primeiro com cartuchos? Não...

Cartuchos de Game Boy: não foram exatamente os primeiros, mas quase isso.

Entre portáteis, o Game Boy foi o segundo a usar cartuchos substituíveis. Então por que quase todo mundo insiste que foi o primeiro? Antes dele, eram comuns jogos que já saíam de fábrica na memória, por assim dizer, como na linha Game & Watch. Mas bem antes, mais exatamente em 1979, a Milton Bradley lançava o Microvision.

"Micro quem?" O Microvision foi o primeiro portátil a usar cartuchos, mas tinha uma característica bem incomum. No Game Boy, todo o "hardware" estava no próprio aparelho, com o cartucho só trazendo o software. Não no Microvision: o "console" em si tinha a carcaça, o monitor e os botões de controle, mas o processamento ficava nos cartuchos.

Era como unir duas partes — aparelho e cartucho — para enfim completar um sistema. Assim, o Game Boy foi o primeiro na abordagem mais comum, de cartuchos como portadores do programa, sem função de processamento.

4. Queridinho dos Simpsons

Homer jogando seu Game Boy em 1992. Ou melhor, "Bowling 2000".

Como parte da cultura pop, o Game Boy fez várias aparições na mídia fora dos games. Apareceu, por exemplo, em vários episódios dos Simpsons. Em um episódio de 1992, A Streetcar Named Marge, Homer é visto jogando em um clone do Game Boy chamado "Bowling 2000".

Em In Marge We Trust (1997), o Game Boy está no centro da trama. Capitão Horatio McCallister perde seu portátil no mar e precisa da ajuda de Lisa para recuperá-lo. Também aparece em Thirty Minutes Over Tokyo (1999) e Mobile Homer (2005).

3. No espaço

Esse Game Boy deu mais de 3 mil voltas em torno da Terra.

Presente em quase todos os lugares, literalmente. O Game Boy foi notícia em 1993, quando se tornou o primeiro videogame levado ao espaço. O cosmonauta russo Aleksandr A. Serebrov levou o portátil a bordo da Soyuz TM-17 durante missão na Mir, finada estação espacial russa, para tornar Tetris o primeiro game jogado no espaço.

Ele já tinha testado outras "bagagens diferenciadas" lá em cima, como pequenas doses de conhaque e vodca. E fez coisas menos pitorescas, como ser o primeiro a testar a mochila propulsora conhecida como "motocicleta espacial", ajudar a projetar satélites e partes da Mir, etc... Condecorado Herói da União Soviética, Serebrov passou nada menos que 372 dias no espaço, com 31 horas de caminhadas espaciais.

Depois de orbitar a Terra mais de 3 mil vezes ao longo de 196 dias, o Game Boy do herói soviético foi vendido num leilão por US$1220. "Como todos os cosmonautas, amo esportes", disse Serebrov em nota. "Meu favoritos são futebol e natação. Durante os voos, em raros minutos de folga, gosto de jogar no Game Boy".

2. E na guerra

Outro Game Boy famoso está em exposição na loja principal da Nintendo em Nova Iorque. Ele foi parcialmente destruído durante um bombardeio na Guerra do Golfo, em 1991, num acampamento americano.

O mais curioso e prova de sua resistência é que apesar de semicarbonizado, ele continua funcionando...

1. Pré-selfie

A capa de Silver & Gold, de 2000, foi feita pela filha caçula de Neil Young com o Game Boy Camera.

Em 1998, foi lançado o Game Boy Camera. Com sensor de 128×128 pixels, ele permitia fotografar e imprimir em baixíssima resolução sobre papel térmico com o Game Boy Printer. Muita gente brincou pela primeira vez de tirar selfies com o conjunto. Em 1999, ele chegou a aparecer no livro Guinness como a menor câmera digital do mundo, mas logo foi superado.

Entre usuários famosos do GBC, Neil Young ilustrou a capa de seu disco Silver & Gold, de 2000, com uma foto tirada por sua filha Amber, então com 18 anos.

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

1 COMENTÁRIO

  1. Até hoje só zerei um jogo: Operação C, para quem é fã do jogo contra e super contra, recomendo!!!! Joguei alguns clássicos tipo Super mario Land, Operaçã C, mega man, kid drácula, bons tempos!!!! Parabéns ao Game boy!!!! valeu

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