Pra muita gente, o dia 28/03 era o fim de uma espera de quase dez anos. O dia em que, finalmente, o público do PC teria The Last of Us. Um dos jogos mais importantes da história do PlayStation, era natural que gerasse tamanha espera. Este post, inclusive, deveria ser a análise. Deveria.
O que não é natural foi o estado em que ele foi lançado. Ainda que recomendações divulgadas no começo do mês deixassem claro que só hardwares de ponta conseguiriam rodá-lo em melhor forma, o resultado é menos que decepcionante.
Crashes, computadores desligando (no meu caso, o PC desligou duas vezes logo nos primeiros minutos), aquecimento, glitches, uso desvairado de memória de vídeo: tudo que poderia atormentar o jogador parece estar ali. Pra piorar, mesmo quando o jogo não fecha sozinho, os problemas se empilham, especialmente para quem não tem um PC muito robusto. E mesmo tê-lo não é garantia de bom funcionamento.
Sobrancelha Joel
Quando o jogo funciona ele pode ser bonito, com pontos até superiores à versão do PlayStation 5. Nota-se que efeitos ambientais e oclusão de ambiente parecem dar ligeira maior naturalidade às cenas, ainda que seja muito sutil. Pra quem tem hardware suficiente para o Ultra, é páreo duro com o console em aspecto gráfico.
O problema é que pouquíssima gente vai setar tudo no máximo para apreciar tal qualidade. No ajuste Alto, o jogo já pede quase 10GB de memória de vídeo, o que é para poucas placas atuais. Na configuração média, que no básico 1080p já exige 8GB de VRAM, são vistos problemas sérios com texturas, por exemplo.
A configuração Baixa de gráficos é aterradora. A responsável pela conversão, a Iron Galaxy, não parece ter dado muita atenção à essa faixa do público (se deu a alguma). Se a gente comparar com outros bom ports para PC, como God of War, chega a dar vergonha alheia. Reflexos e efeitos de iluminação simplesmente desaparecem. A água é muito afetada. Texturas sofrem absurdamente e você sente como se The Last of Us tivesse sido enfiado no Maravilhoso Mundo de Texturas Borradas do Nintendo 64.
Rodando pelo Steam Deck, então, parece um pesadelo. Joel com sobrancelhas sem qualquer efeitos, partes iluminadas do rosto virando uma mancha preta – já é um meme que dificilmente será esquecido e que mesmo que patches consertem, deixa uma mancha no histórico dos ports de PlayStation para PC.
Tem como piorar?
Entre luzes estranhas, cores psicodélicas e quedas de quadro abruptas, um dos glitches que beira o cômico é com os personagens ficando molhados no meio das cenas.
Tem como piorar? Tem, os benditos shaders. Seja qual for o hardware, o jogo inicia compilando shaders num processo que pode levar horas. E aí nasce um sério problema para clientes da Steam, já que a compilação pode levar mais do que o tempo máximo para pedir reembolso.
Shaders em si não são o problema. São partes do código do jogo compiladas a partir da inicialização, e que atendem especificamente às suas configurações de hardware. Consoles não precisam dessa abordagem porque o desenvolvedor conhece a arquitetura do hardware, mas num sistema aberto como os PCs, cada máquina tem sua própria construção e recursos.
Mas esperar tanto tempo até o término - e antes disso, o jogo terá falhas visuais diversas - não é aceitável, ainda mais num título de tamanha grandeza. Alguns usuários relataram 40 minutos para compilar 10% dos shaders.
Tiro no pé
Não dá pra explicar como o jogo passou nesse estado para a fase final e foi ao público. Do jeito que foi lançado, parece que a Sony não está ligando ao menos o suficiente para fazer uma checagem de qualidade antes de soltar o que seria uma das conversões mais esperadas do console para o PC. Inexplicável.
Um grande tiro no pé, depois de alguns tiros certeiros como os dois Spider-Man (Marvel's Spider-Man Remastered e Marvel’s Spider-Man: Miles Morales) e God of War, todos de 2022. E pior ainda para a Iron Galaxy. Depois de limpar a própria barra com ports como o bem aceito UNCHARTED: Legacy of Thieves Collection, após o mais que conturbado Batman: Arkham Knight, de 2015, o estúdio volta a se queimar num trabalho que deve demorar para ser corrigido. E não se sabe quanto pode ser corrigido.
A Naughty Dog vem soltando patches de correção, mas fica a dúvida do tempo necessário até conseguir entregar algo mais parecido com o que o público queria. Considerando o tamanho do jogo e a quantidade de problemas, eu não esperaria nada profundo tão depressa.
Mas pra quem já esperou 10 anos por The Last of Us, o que são alguns meses a mais?
Teve um tempo antes da pandemia, estava acontecendo muito isso em meu PC...máquina resetando sozinho, crashes, problema de drivers!!!! O que é mais engraçado quando vc leva para um técnico ele vem dizer que é problema de capacitor estufado ou Sistema desatualizado...tem horas que dá vontade mesmo de ficar só no video game e esquecer um pouco do PC, difícil isso acontecer...já que o PC é o famoso faz tudo: vc vê série, joga, conversa, estuda e trabalha!!!! Ultimamente no PC mesmo eu uso mais emuladores do que instalar algum jogo atual, tem horas que eu só quero relaxar, jogar e não ter esse tipo de problema!!!! Se vc quer jogar algo atual tem que ter uma máquina boa e também dinheiro no bolso, fato!!!! Valeu!!!!