3. Atari 2600
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Pense no ano 1977. A maioria de nós nem tinha nascido, a tecnologia mais recente de entretenimento doméstico era o videocassete. Videogame? Só na rua, naqueles arcades pesadões e arcaicos. Muita gente tinha televisão em preto e branco ainda.
É nesse cenário que os americanos da Atari aparecem com um console que só o nome já parecia coisa do futuro: Video Computer System. Um monte de botões que impressionava pela robustez. Na frente, a textura imitando madeira com a solidez típica dos anos 70. Era como ter um Opala com painel em madeira e banco de couro, você já ganhava um bigode e mullets imaginários só de operar aquilo ?. Um visual clássico até dizer chega.
Mas cá entre nós, a maioria dos moleques do Brasil não viu essa obra de arte de perto. É que o modelo lançado oficialmente foi feito pela Polyvox baseado no redesign — carinhosamente apelidado nos Estados Unidos de "Darth Vader". Foi o mais popular dos nossos, e ainda assim o 2600 continuou uma fortaleza: preto, sólido e ainda mais moderno.
2. NES
![Nintendo NES](https://www.memoriabit.com.br/wp-content/uploads/2015/02/0000Nintendo.webp)
Mais que todos, o NES é o mais perfeito exemplo de como um redesign pode mudar o destino de um produto. Sua cara original, o Famicom, era a de quem a Nintendo queria conquistar quando o lançou em 1983: criança. Pequeno, colorido, um brinquedo com apelo tecnológico que funcionou perfeitamente por lá.
Mas os americanos não estavam certos de que a fórmula servia para a América. Depois da virtual falência da indústria em 1983, qualquer videogame parecia fadado ao fracasso. O primeiro projeto do Famicom queria vendê-lo como um computador. Mas o protótipo não atraiu muitos interessados ao surgir na CES de 1984.
Só no segundo redesenho, esse definitivo, o Famicom virou o NES. Lance Barr tinha o comando de fazê-lo como "um sistema sem fio, modular, para se parecer mais com algo como um sistema estéreo do que um brinquedo eletrônico". Para maior sobriedade, inventou um jeito do cartucho ficar totalmente inserido no aparelho, com um slot interno. Ligado, o NES vira uma caixinha perfeita, com seus tons de cinza e letras em vermelho — uma das paletas mais agradáveis da história do design de consoles.
E melhor ainda: o NES passava longe de ser só um "rostinho bonito".
1. Mega Drive (Japão)
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Depois do Master System e seus antecessores, a Sega sabia: tinha que explorar as falhas da Nintendo, ir aonde eles não chegavam. Com visual de brinquedo, o Famicom era quase onipresente, mas o Mark III / Master System não foi longe com proposta parecida. Para a nova geração, então, nova abordagem: um aparelho mais poderoso, apelando ao público flutuando entre crianças e adultos jovens.
O designer Mitsushige Shiraiwa foi um dos envolvidos no design do case do console. A Sega queria demonstrar superioridade, velocidade, poder. Não dava pra observar só o que já existia em games, então buscaram uma mescla de influências, principalmente de equipamentos de áudio de alto padrão e carros esportivos.
Vários projetos foram experimentados, e o Mega Drive se concretizou em preto predominante. Não devia ser chamativo como brinquedos, mas transmitir a potência. O botão de controle de áudio atestava essa referência dos sistemas estéreo. No topo, a região circular "representa a ideia de que o Mega Drive está expandindo o mundo do entretenimento", disse o designer*. E nele, a assinatura: o reluzente 16-BIT em letras encorpadas, douradas. Visual impressionante e inconfundível.
Pena que com o tempo a tinta dourada vá se perdendo, pelo menos nos consoles que mais surrados por seus donos. O meu quase não tem resquícios do ouro, restando as letras, solenes e eternas lembrando da glória do Mega Drive em sua estreia mundial nas terras nipônicas.
Bônus: Wondermega
![](https://www.memoriabit.com.br/wp-content/uploads/2019/10/victor-wondermega-sega-cd-drive.webp)
O Mega Drive teve versões muito estranhas. A maioria sequer passou perto do Brasil, e algumas nem para os Estados Unidos foram, ou chegaram lá alterados. Um dos mais bonitos — e talvez o mais bonito de todos — foi fabricado pela Victor (e depois pela própria Sega) e lançado só no Japão*: o Wondermega, modelo inicial RG-M1.
Produzido entre 1992 e 1994, é um híbrido de Mega Drive e Mega CD com função de karaokê. O design é completamente novo, cheio de curvas e recortes, com os selos dos sistemas perto do nome do aparelho na versão da Victor. Predominando o tom cinza escuro, botões e conexões menos usadas ficam sob uma tampa deslizante no painel circular, que no alto abriga a bandeja de CDs. A tampa tem motor para fechamento e abertura automáticos pela bios exclusiva. Você só toca nele para ligar e colocar o disco.
E mais bonito ainda: luzes verdes quando o CD está ligado, e LEDs de acesso sob um painel translúcido tipo black piano. Luxuoso, e de quebra ainda vinha, nas primeiras versões, uma coletânea de jogos e softwares para karaokê. Claro que essa qualidade toda custava: ao preço de ¥82,800, saía mais caro que comprar o Mega Drive (¥21,000 no preço de pico de lançamento) e o Mega CD (¥49,800 no lançamento) juntos. A fabricação não foi longe e hoje é um dos modelos mais caros — e meu pequeno sonho de consumo impossível.
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