Lista: sete dos maiores plot twists da história dos games

Atenção: esse artigo tem spoilers fundamentais da trama de sete jogos: Super Mario Bros. 2, GTA: Vice City, Bioshock, Silent Hill 2, Spec Ops: The Line, Life is Strange e Metroid. Se não quiser saber, interrompa a leitura e vá jogá-los primeiro.

Não sei você, mas eu adoro um plot twist. Quando bem feitos, sempre deixam a sensação de "eu devia ter percebido". E às vezes as pistas estavam lá mesmo, mas a gente só enxerga depois de saber o final. São as piores e melhores ao mesmo tempo.

No cinema, um exemplo clássico é o de O Sexto Sentido, de 1999, cujo final deixou a maioria dos expectadores boquiabertos. Clube da Luta, que tem versão original em livro e também virou filme, não consegue o mesmo impacto no quesito "De onde veio isso?", mas segue a linha.

Como na literatura e cinema, os videogames tem alguns plot twists clássicos, aquelas de viradas surpreendentes no enredo. Algumas acontecem durante a ação, outras no final – mas em comum, deram um novo sentido e destino a algo que parecia estar sendo construído no jogo.

Super Mario Bros. 2

super mario bros 2 final mario dormindo

O jogo já começa nos induzindo ao erro ao contar a história. Mario teria um sonho em que após subir uma longa escadaria, uma porta dá acesso a um mundo diferente. E ao acordar, encontra algo parecido numa caverna próxima.

Aí o jogador passa um tempo completando a jornada contra o vilão Wart para descobrir o quê? Que tudo foi um sonho de Mario: ele seguia em sua cama dormindo tranquilo. Não é decepcionante saber que o protagonista de uma aventura nunca fez nada daquilo, na verdade?

Life is Strange

nathan prescott life is strange chrysalis

Na primeira "temporada", a Dontnod fez um esforço tremendo para nos convencer de que o estudante descontrolado Nathan Prescott era um vilão. Desde uma das primeiras cenas, quando mata a coprotagonista no banheiro da Blackwell Academy, seguindo por uma desfiladeiro de ações menos que questionáveis.

Mas perto do final, descobrimos que não era bem assim. O real vilão era o professor descolado, em quem a maioria dos jogadores confiava plenamente, como um tipo de figura de segurança. Prescott era só um rapaz com histórico de abuso familiar, dependente de remédios e suscetível à manipulação do sedutor Mark Jefferson. No máximo um aprendiz de vilão.

Lance Vance

Lance Vance

A série GTA é um prato cheio para viradas no enredo, com toda aquela rede de crimes e criminosos interligados. Eles se traem e formam elos com tanta frequência que o trabalho do roteirista fica até fácil se quiser enfiar plot twists. E foi o que aconteceu em GTA: Vice City, de 2004.

Lance passa boa parte do jogo como um importante aliado do protagonista Tommy Vercetti, inclusive o ajudando a matar o perigoso chefão do tráfico colombiano, Ricardo Diaz. Mas no final revela-se com um tremendo de um traíra, passando para o lado da máfia Forelli – e pagando com a vida.

Metroid

Nos anos 80, era óbvio que um jogo de ação, cheio de perigos, tinha que ser estrelado por um homem. Era um padrão quase imutável e sair disso parecia suicídio comercial. "Jogo de menina" precisava de algum bicho fofinho. E quem diria, foi a conservadora Nintendo quem deu (quase por acidente) um passo para mudar isso.

Embora a grande revelação de Metroid não fizesse diferença na jogabilidade, mudou para sempre a ideia de que o herói sob uma pesada armadura só podia ser um cara. Ao completar o jogo em menos de cinco horas, havia a primeira dica de que Samus Aran era na verdade uma moça. E ficava mais claro – podia ser um cara cabeludo, quem sabe? – completando em menos de três horas.

Bioshock

would you kindly bioshock

Lançado em 2007, Bioshock deu uma revirada na presunção de que jogos de tiro não podem ter excelentes enredos. E o final guardou uma surpresa talvez não muito agradável para o jogador. Atlas parece ser o guia bem intencionado, que passa instruções ao protagonista Jack em sua aventura num passado distópico.

Mas sua frase típica, "Would you kindly" (algo como "Poderia por favor") não tinha nada de cortês ou inocente. Era um gatilho para induzir Jack a fazer tudo que fosse comandado por Andrew Ryan, através de um programa de hipnose finalmente removido de sua mente por Brigid Tenenbaum. Literalmente um escravo mental.

Silent Hill 2

maria silent hill 2

O segundo jogo da série de suspense e terror começa com James Sunderland procurando sua esposa, que já morreu há anos supostamente por uma doença. Parece ser só mais uma história com monstros, fantasmas e esse pacote todo.

O twist é revelado quando James descobre um vídeo dele matando sua mulher, que já estava à beira da morte. Tudo que ele passa era na verdade uma "guilt trip", uma viagem de alguém se culpando pelo que fez e usando Silent Hill como uma forma de penitência pessoal.

Spec Ops: The Line

martin walker spec ops the line

De 2012, The Line saiu da linha (perdão, não resisti) da série Spec Ops para mostrar a missão secreta do Cap. Martin Walker em Dubai, buscando o grupo do Coronel John Konrad, que desapareceu após uma série de eventos naturais e uma fracassada tentativa de evasão com centenas de pessoas. Ele entra em contato várias vezes com o protagonista.

Mas no final, a bomba: o jogador descobre que Konrad está morto há muito tempo. Todo o resto foi criado por alucinações de Walker, cuja estabilidade mental vinha se deteriorando aos poucos, diante das cenas de horror que ele e seu grupo vinham presenciando.

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

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