O game mais polêmico dos anos 90 (pra Nintendo, pelo menos) sairá do limbo. Novas gerações serão agraciadas com uma pérola histórica: Night Trap vai voltar, em toda sua glória de cinema B, retrô, trash e ridícula. Como nós gostamos.
E não é um port vagabundo qualquer. Serão lançadas versões remaster em edição limitada para PlayStation 4 e Xbox One. A ideia é comemorar os 25 anos do lançamento original para Sega CD. Remasterizado pela Screaming Villains, o jogo terá cópias física e digital, via Limited Run Games.
Pra ser ainda mais nostálgico, a capa imita até o padrão de cores das caixas de Sega CD e CD32X, aqueles listrados em azul e amarelo (pelo menos no preview, será que rola no produto final?).
A data exata não foi divulgada, mas a promessa é de versão física disponível em breve. Curta o vídeo oficial.
Vocês devem lembrar que pouco tempo atrás, o pessoal que detém os direitos do game tentaram relançá-lo, mas fracassaram. Tom Zito e a Night Trap, LLC, donos da marca desde então, cederam a licença à Screaming Villains depois que a desenvolvedora (na pessoa de Tyler Hogle) postou um vídeo no YouTube com o original rodando em Android.
História bizarra. Planejado para o console Control-Vision e reaproveitado em 1992 no Sega CD, Night Trap foi um dos títulos mais polêmicos dos anos 90. O FMV mostra moças numa festa do pijama, como convidadas na mansão da família Martin. Outras moças sumiram em condições semelhantes. Uma equipe tática infiltra a agente Kelli Medd (Dana Plato, aquela do seriado Arnold) para investigar. Cabe ao jogador assistir cenas entre os vários cômodos da mansão e eliminar as ameaças — uns vampiros bizarros chamados apenas "Augers".
A polêmica ganhou forma quando o senado americano cismou que o jogo promovia a violência contra a mulher. A Nintendo aproveitou para, junto com a versão sangrenta de Mortal Kombat do Mega Drive, acusar a rival de não se preocupar com a qualidade do que crianças curtiam em seus consoles. A treta levaria, mais tarde, à criação do Videogame Rating Council, e depois do ESRB, sistema de classificação etária que dura até hoje na América.
Então, levantem as mãos e agradeçam por ter a chance de jogar esse dinossauro, quase um fóssil do que um dia pareceu o futuro dos videogames. Pelo menos agora terão um game pra falar mal no Twitter, já que NT é assim: aquele que todo mundo ama odiar.
Night Trap é clássico da história dos games, mesmo sendo um jogo estranho. Não adianta criar polêmica em cima de um game que bem ou mal venceu todas as críticas.
Se venceu todas as críticas eu não sei, mas que ele tem um papel interessante na história, é sem dúvida. Pessoalmente gosto de Night Trap, será bacana ver as cenas tão limpas e lembrar de tudo granulado no Sega CD.