Seleção MB: 10 games medievais antigos

E aí, anda de bode porque Game of Thrones acabou? Na seca de uma boa ficção medieval? Então pra continuar no clima, tente de novo ou pela primeira vez alguns jogos do gênero.

Claro que quando falamos em "games medievais", não dá pra escapar de caricaturas fantásticas. São raríssimas as obras que tentam retratar algo com valor histórico; quem quer história, que leia não-ficção, certo? (Aliás, tem algumas fenomenais, e se você mergulhar pesquisando desde o fim do Império Romano, vai fundo).

No caso dos videogames, poucos teriam diversão e precisão histórica andando juntos. Então, nada como dar aquela esticada e abusar das lendas, como feiticeiras, dragões e poções e espadas mágicas. Pra nossa sorte, quase sempre a coisa degringolou para fantasia medieval.

Note que na "seleção" não estão necessariamente os melhores, apesar de umas presenças obrigatórias. Preferi deixar alguns óbvios de lado, como Zelda. Se lembrar de algum bacana que vale a pena apresentar pro pessoal, comente.

Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light

NES, 1990

Fire Emblem: Shadow Dragon and the Blade of Light no NES

O RPG tático foi uma coprodução entre a Intelligent Systems e o time R&D1 da Nintendo. O primeiro capítulo, lançado para o NES em 1990, conta a história do jovem príncipe Marth. O curioso é que a crítica da época caiu de pau no jogo, enquanto o público japonês simplesmente adorou. O sucesso levou ao nascimento de uma série.

Segundo a trama, o continente de Archanea foi invadido pelo Império de Dolhr, sob comando do Shadow Dragon Medeus. Anri, jovem de Altea, derrotou o Shadow Dragon usando a espada divina Falchion, e o Reino de Archanea foi restaurado. Mas 100 anos depois, Medeus é ressuscitado pelo mago maligno Gharnef, conquistador de Khadein. Eles se aliam aos reinos de Macedon e Grust para (claro, sempre isso...) conquistar o mundo.

Cornelius, rei de Altea e sucessor de Anri, toma a Falchion e parte para combater os inimigos, deixando seu filho Marth e a filha Elice cuidando do bastião comandado por Gra, um aliado do reino. Mas Gra trai Altea por Dohr; Cornelius é morto, a espada Falchion é roubada, e Elice se sacrifica para que Marth escape. Com ajuda de alguns cavaleiros, o jovem se refugia na ilha de Talys, e começa sua aventura.

Sword of Sodan

Mega Drive, 1990

Sword of Sodan no Mega Drive

A "Espada do Sidão" é um hack 'n' slash que começou a carreira nos computadores Amiga em 1988, com versões para outros sistemas. Em consoles, a única foi no Mega Drive, em 1990, e pra ser honesto, não ficou lá essas coisas... Os controles são bem complicados e a ação um tanto repetitiva. Mas se curte a temática e principalmente ver gente furada de espada, vai que é sua.

Lordan é o governante do Reino do Norte. Zoras, um necromante maligno, está em sua torre de ossos humanos, planejando uma segunda tentativa de derrubar Lordan — a primeira foi debelada por Sidão Sodan, o herói. Zoras estudou pergaminhos ancetrais e aprendeu a fazer feitiços há muito esquecidos. Assim, conjurou uma penca de criaturas horrendas, que envia em direção ao castelo de Lordan, deixando no caminho um rastro de morte e destruição.

Para proteger seus filhos gêmeos (o menino Brodan e a menina Shardan), Lordan ajeita que sejam levados do castelo através das montanhas de Cthol até o lugar mais distante da terra. Lordan é morto por Zoras, e as crianças são criadas por um homem velho e amargo, que também os treina na arte do combate com espadas. Depois de adultos, eles assumem a jornada de derrotar Zoras, antes recebendo do ancião a espada do pai.

Dragon's Lair

Arcade, 1983

Dragon' s Lair (arcade)

No comecinho dos anos 80, Dragon's Lair é daquele momento em que discos digitais apontavam como o futuro. E jogos com grandes animações também, como esse, que tinha uma pegada mais de "filme interativo". Não foi exatamente o futuro, mas teve a glória de ser um dos mais reconhecidos do gênero, com sua trama de cavaleiro vs dragão.

Dragon's Lair é a típica história de fantasia medieval, com um toque de humor. O herói é o cavaleiro Dirk, que busca resgatar a princesa Daphne, prisioneira no castelo do feiticeiro maligno, sob cuidados de um dragão. O castelo é cheio de armadilhas, incluindo uma rede de cavernas subterrâneas, crocodilos, espinhos e finalmente, o "Lar do Dragão".

Aliás... O que os caras tinham na cabeça quando desenharam a Daphne? Deixa pra lá, eu sei.

Blades of Vengeance

Mega Drive, 1993

Blades of Vengeance Mega Drive

Publicado pela EA para o Mega Drive em 1993, Blades of Vengeance é um jogo de plataforma. Você escolhe entre três personagens (mago, caçadora ou bárbaro) e sai explorando os níveis, que entre outras, têm passagens secretas e um chefe no final. Há muitas poções e itens mágicos, no típico clima de fantasia medieval.

O reino foi conquistado por Mannax the Dark Lady. As forças do bem, lógico, não vão deixar barato e começam a preparar a resistência. O Master (um tipo de feiticeirão) invoca os únicos três aventureiros que restaram e são capazes da empreitada.

Eles são a última esperança, lutando por oito fases contra monstros de Mannax. O Mestre ajuda com dicas sobre os perigos do caminho, e há itens como mágicas para ajudar principalmente contra os chefes. A batalha final é contra Mannax the Dark Lady (na forma de um dragão de várias cabeças), para enfim libertar toda a força do Master, capaz de limpar o reino das criaturas malignas.

Dungeons & Dragons: Shadow Over Mystara

Arcade, 1996

Dungeons & Dragons Shadow over Mystara

Sequência de Tower of Doom, de 1993, Shadow Over Mystara foi lançado em 1996 no sistema CPS II. É um belo beat 'em up com aspectos de estratégia e RPG, para manter o legado da franquia que lhe dá nome. É possível, por exemplo, equipar armaduras e evoluir com XP. São quatro botões, sendo dois de ação - ataque e pulo - e dois para controlar e usar itens e equipamento. Há grande variedade de itens, incomuns ao gênero, além de vários caminhos e finais possíveis. Os personagens controláveis são o Clérigo, o Anão, o Elfo, o Lutador e (novidade na sequência) o Ladrão.

Depois de derrotar o Arch Lich Deimos, no jogo anterior, os heróis continuam sua jornada através das Terras de Glantri. Eles descobrem que Deimos foi só parte de um plano maligno ainda maior, e estava sendo usado por uma misteriosa feiticeira chamada Synn.

Synn, que aparenta ser uma mulher jovem e tem habilidades mágicas incrivelmente poderosas, planejava controlar o Reino de Glantri e conquistar os humanoides da República de Darokin. Mas com Deimos derrotado, Synn prometeu punir a terra que desejava. No final do jogo, revela-se que Synn é na verdade algo bem mais tenebroso — empenhada em aproveitar as forças místicas das terras que conquistou, para despertar uma criatura ainda mais devastadora do que ela...

Shining Force

Mega Drive, 1992

Shining Force Mega Drive

Shining Force foi um dos grandes sucesso de estratégia e fantasia, virando clássico do Mega Drive. A jogabilidade é em turnos, em que cada jogador avança seu exército por um campo de batalha. O número de movimentos depende de elementos como a geografia e as habilidades da criatura, como agilidade e voo, por exemplo. O objetivo é eliminar o exército rival, geralmente — ao se aproximar de um oponente, podemos atacar ou usar habilidades e mágicas. Tem tudo aquilo de RPG: níveis, experiência, etc.

O jogo começa no Reino de Guardiana, nas terras de Rune. O protagonista, um jovem chamado Max, é enviado para a missão de evitar que o maligno (sempre tem um) Kane, que comanda as hordas de Runefaust, abra o chamado Shining Path, ressucitando o monstrão Dark Dragon.

Pelo caminho, Max vai recrutando vários aliados ao grupo da "Shining Force". A certo ponto, descobrem que tanto Kane quanto o rei de Runefaust, Ramladu, estão sob controle do maléfico Darksol. Ele consegue reviver o Dark Dragon, e sobra pra turma de Max se virar para mandar o bicho de volta para sua prisão selada.

Arcus Spirits

SNES, 1993

Arcus Spirits Super Famicom

Lançado em 1991 pela Wolf Team no Mega Drive, Arcus Odyssey (ou Arcus Spirits no Japão) é um dungeon crawler de visão isomética: o lance é andar por grandes labirintos, sempre realizando alguma missão. A versão SNES só saiu em 1993, produzida pela Sammy, mas manteve a pegada do original, ou seja: um tanto pobre para os padrões da máquina na ocasião. Para quem não se importa com isso, continua sendo uma das boas opções no gênero no 16-bit da Nintendo (e também a versão Mega Drive, claro). Confira nosso review de Arcus Spirits.

Tudo começa com uma guerra de feiticeiras no reino de Arcus. A trevosa Castomira luta contra a Princesa Leaty, herdeira do Rei da Luz, por vários dias. A morena leva a pior, e acaba banida para um lugar obscuro. Prevendo um possível retorno da inimiga, Leaty cria uma espada mágica chamada de "O Poder de Leaty", que fica sob guarda do rei. O problema é que ela coloca tanta energia vital na espada que morre na lua cheia seguinte.

Mil anos depois, os adoradores de Castomira, liderados pelos Dark Lords, conseguem a espada. Adivinha o plano? Tentar trazer a morena de volta pra dominar o reino e tocar o terror pra sempre...

Aí surgem quatro guerreiros para combatê-los. Jedda Chef é o Espadachim, Diana Fireya a Arqueira, Erin Gashuna a Donzela Guerreira, e Bead Shia é o Mago. Só quem for puro como Leaty conseguirá portar a espada — que tal como sua criadora, perde força nas noites de lua cheia.

Knights of the Round

SNES, 1991

Knights of the Round SNES screenshot

Baseado num arcade da Capcom, Knights of the Round é uma das melhores opções de fantasia medieval no SNES, especialmente para fãs de beat 'em ups e hack 'n' slash. Tem muito da jogabilidade de beat 'em up, incluindo movimentos de bloqueio e super ataque, mas segue a estética da espada no lombo inimigo ao longo de sete fases. Em alguns pontos, é possível também andar a cavalo, combatendo caras também cavalgando.

São três personagens controláveis, inspirados nos cavaleiros da távola redonda: Arthur, Lancelot e Percival. Arthur, que vinha treinando para ser um grande cavaleiro, um dia encontra uma espada presa na rocha e a arranca. Era a sagrada Excalibur, e após obtê-la, Arthur entende que seu destino é ser o Rei da Bretanha. Merlin manda Arthur e seus dois melhores companheiros, Lancelot e Percival, para derrubar o maléfico Rei Garibaldi do poder e assim unificar os britânicos.

The Immortal

Mega Drive e NES, 1990/1991

The Immortal Mega Drive

Original de PCs, The Immortal faz a linha do medieval mais medonho. É um jogo de aventura/dungeon crawling em visão isométrica, em que o objetivo é passar por vários níveis de um labirinto enfrentando monstros e armadilhas. Podem ser usadas poções mágicas e itens diversos, e nem todos fazem bem: alguns matam imediatamente o herói, um feiticeiro. Há ainda puzzles pelo caminho. O combate abre uma tela própria, e não é possível usar técnicas de exploração durante a luta.

Uma das marcas de The Immortal é a violência. É bem sangrento, com cabeças esmagadas, explodidas, corpos fatiados e outras belezas (a versão NES teve a violência reduzida). O jogador controla o mago-assistente — sem nome — do Mago Mordamir, que está perdido num labirinto. O lugar é repleto de perigos, como goblins e trolls, que ao mesmo tempo que atazanam sua vida, estão em guerra entre eles. Dependendo de suas ações, é possível formar aliança com uma dessas raças.

A maior parte da história é revelada através de sequências de sonhos, desencadeadas quando o personagem repousa em camas de palha que estão por todo o labirinto. É assim que se descobre que Mordamir está lutando contra um dragão na Fonte da Juventude. No final, rola um plot twist...

Golden Axe

Arcade, 1991

Golden Axe arcade

Não podia faltar. Tranquilamente o maior nome do gênero fantasia medieval de sua era, Golden Axe é o pacote completo. Tem bárbaro estilo Conan, amazona destemida e anão com machado. Tem esqueletos encantados, dragões, inimigos enormes com espadas maiores ainda, tem camponeses correndo de medo do vilão que atacou o rei. E claro, aquela trilha sonora sensacional. Imersão máxima pra fãs não botarem defeito.

A história se passa no Reino de Yuria. Uma entidade maligna conhecida como Death Adder fez o rei e a princesa reféns no castelo. De posse do lendário Machado Dourado, símbolo do poder real, ele ameaça destruir o item e matar os soberanos se as pessoas não o aceitarem como novo governante. Olha a audácia...

Surgem três guerreiros para a difícil e quase suicida missão de enfrentar os asseclas de Death Adder. Ax Battler é o bárbaro, um cara forte que usa uma espadona de duas mãos; ele teve a mãe morta pelos soldados de Adder. Gilius Thunderhead, o anão das minas de Wolud, entra na batalha quando o irmão gêmeo é morto; ele usa um machado e é mais rápido que Ax, mas um tanto mais frágil. A mulher é a amazona Tyris Flare, que com sua espada longa e muita agilidade, quer vingança pela morte dos pais. Ou seja: é mais do que salvar o reino, é pessoal.

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

3 COMENTÁRIOS

  1. -Na Minha Opnião Golden Axe Arcade é imbativel,joguei pela primeira vez em uma doceria perto da minha casa,jogo altamente viciante rsrs !!!!

  2. Acredito que o primeiro game que joguei desse estilo foi Golden Axe nos arcades da vida, depois Golden Axe da versão mega drive e depois o clássico Sword o sodan que conheci por causa de uma edição da Revista Supergame, bons tempos!!!! Recentemente zerei Dungeons & Dragons...Arcus spirits do mega drive fiquei na metade do jogo, por que chegou um determinado momento que eu nã conseguia passar de fase, só fiquei sabendo que existia a versão snes a pouco tempo atrás. Shining Force foi outro clássico que também está no save já não sei quanto tempo e The imortal sem dicas ou revista na época para mim era impossível entender a metodologia do jogo. Lembro de ter visto o Desenho de Dragons Lair em algum canal de tv aberta e estou tentando jogar Fire Emblem atualmente. A verdade é que existe muito jogo antigo que para mim ainda é novidade!!!! Bons tempos de Antigamente!!!! Valeu

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