SENSE - 不祥的预感: A Cyberpunk Ghost Story é um jogo indie lançado em agosto de 2020, com versão prevista para 07/01 no Switch. Financiado através do Kickstarter e produzido pela Top Hat Studios, é um survival horror em 2.5D e indicado para maiores. Sense tem mulher protagonista e mortes violentas.
Para alguns, contudo, o jogo tem outras coisas – duas coisas, sendo mais específico – "violentas". O tamanho das mamas da protagonista Mei Lin tem provocado reações não muito favoráveis.
Não comprar o produto seria a opção lógica, mas segundo a Top Hat, alguns donos do console da Nintendo (ou não) insatisfeitos resolveram passar do limite. Além de exigir mudanças para a versão, o que já é questionável, acusam Sense de promover a violência e a pornografia.
"Ou mais ridiculamente", diz um comunicado da empresa, "de violar a lei de alguma forma". Convenhamos que é um exagero, né? Digo afirmar que viola a lei, não o tamanho. Mas pensando bem...
Sense - A Cyberpunk Ghost Story está em pré-venda para o Switch. É um side-scrolling de horror que se passa em Neo Hong Kong no ano 2083. Pelas cenas divulgadas, não se pode negar que as mulheres têm atributos generosos e nada realistas.
Não que os designers tenham obrigação, já que a escolha foi por um estilo cartunesco. E sexualmente apelativo sim, é inegável.
Ameaças de morte
Pelo Twitter, a Top Hat emitiu um comunicado afirmando que recebeu ameaças variando de morte a promessas de review bombing (avaliações com nota baixa em massa) para prejudicar as vendas. E também avisaram: recusam-se categoricamente a fazer qualquer censura ou "restrições à liberdade criativa" dos artistas envolvidos com o projeto.
Além do frontal turbinado, a heroína usa meia sete oitavos, botas e short menor e mais apertado que orçamento com salário mínimo. Você conhece o esquema: tudo que causa horror no mercado e levaria qualquer grande estúdio a ser "cancelado" no Twitter por toda a eternidade.
Cancelamento inverso
As tais ameaças terão efeito contrário do desejado por quem se chocou com as mamonas. A mensagem da Top Hat vai é hypar o jogo usando a chamada cultura de cancelamento como trampolim. Como diz o ditado, "falem bem ou mal, mas falem de mim".
Note no artigo da NintendoLife (e nos reviews do jogo na Steam) que está se formando outra frente: jogadores comprando Sense pela "coragem" do estúdio e em protesto contra o suposto "cancelamento". Ou seja, além de ganhar divulgação grátis da versão Switch, a Top Hat ainda está fechando vendas das versões prévias.
O comando deve estar rindo de orelha à orelha.
Caso as ameaças sejam reais (não duvido), o estúdio mostra personalidade ao se colocar firme em não alterar o produto. Lixo ou não, que mantenham a convicção. Em jogos AAA, reclamações geralmente bastam para modificar o conteúdo. Lembrem de Street Fighter V no lançamento, que por um bug na Chun-Li e um tapa no traseiro da Mika, precisou de patches ligeiros da Capcom.
Nem toda alteração é tão sutil. Quando jogos, filmes, músicas ou qualquer mídia criativa começa a ser moldada sob demanda, é válido perguntar: qual o limite da liberdade criativa? Mesmo que você ache abominável a escolha "artística", é direito do criador seguir com seu projeto. Assim como é direito dos insatisfeitos não comprar aquilo...