Nos 25 anos do Nintendo 64 no mercado ocidental, os 25 jogos essenciais

Há 25 anos, o mercado ocidental recebia o Nintendo 64. Lançado em junho no Japão e setembro na América, seria um dos consoles mais questionados da história. O 64-bit não teve vida fácil e será lembrado tanto por grandes jogos quanto pelo momento cruel que pegou.

Jogado na arena para suceder dois campeões de venda – NES e SNES – e enfrentar o já estabelecido PlayStation (além do natimorto Saturn), é consenso que a Nintendo demorou um pouco para soltar o que nasceu como "Project Reality", já especulado desde meados de 1993.

Na hora de concluir o projeto, algumas decisões, olhando em retrospecto, não foram as mais acertadas. A primeira e mais óbvia foi, de novo, usar cartuchos como mídia principal no sistema. Enquanto rivais tinham migrado para os CDs, a Nintendo queria barrar a pirataria fácil dos discos digitais e continuar aproveitando os tempos de carregamento, infinitamente superiores.

Mas como mostra a história, acabaram afastando parceiros. Tiveram que amargar uma acachapante derrota para o PlayStation original (102 x 32 milhões).

Não significa que era um aparelho ruim. O acervo não é dos maiores, especialmente em comparação com a coleção titânica do sistema da Sony (393 jogos contra quase 8 mil do PS1). Mas tem ótimas opções para continuar valendo uma jogada. Grandes títulos e franquias nasceram ali, incluindo Super Smash Bros. e alguns jogos esportivos da série Mario. Sem contar o influente Super Mario 64 e os excelentes capítulos da série Zelda.

Super Mario 64

cena de Super Mario 64

O primeiro Mario em 3D é citação obrigatória em qualquer lista de jogos do Nintendo 64 porque sua influência vai além dos limites do console. Apesar de ter envelhecido mal especialmente em relação ao sistema de câmeras, é preciso lembrar que, como se diz, antes dele "era tudo mato". Não é fácil criar algo, mas Miyamoto e cia. conseguiram um resultado brilhante.

GoldenEye 007

Cena de GoldenEye 007

Uma grata surpresa foi esse jogo feito pela Rare. Reaproveitando a base de jogabilidade de clássicos de tiro em primeira pessoa, GoldenEye levou aquilo ao nível mais realista, sem demônios mas com vilões humanos, mesclando muita ação e elementos de stealth. Acabaria sendo um dos mais vendidos do Nintendo 64 e reconhecido entre os melhores do sistema.

Pokémon Stadium

cena de pokemon stadium nintendo 64

Embora a série Pokémon já viesse de grandes sucessos no Game Boy, foi em Pokémon Stadium que a brincadeira de integração começou a ficar séria. A mecânica de reutilizar dados de Pokémon Blue, Red ou Yellow através dos Transfer Paks foi um dos principais fatores no sucesso, um diferencial que fez do jogo algo único. Os jogadores adoravam ver seus monstros coletados e "upados" no Game Boy ganhando forma 3D na tela.

The Legend of Zelda - Ocarina of Time

Cena de Ocarina of Time

A introdução com Link cavalgando. A trilha sonora suave. As cenas de pesadelo. Tudo em Ocarina of Time já mostrava desde a abertura que estava começando um jogo épico. Melhorando sensivelmente as câmeras de Super Mario, o clássico introduziu também o conceito de um botão para funções contextuais – podiam mudar de acordo com a ação – e o famoso Z-trigger.

Banjo Kazooie

cena de banjo kazooie

Apesar de Super Mario 64 ter encantado o mundo, ele também não fez cerimônia para escancarar um dos problemas do console: as texturas. Como cartuchos tinham espaço limitado, era muito mais difícil armazenar imagens de boa qualidade. Seguindo lições do jogo da Nintendo, a Rare fez um game divertido com a dupla improvável de urso e pássaro, esbanjando qualidade nos cenários e visuais.

Killer Instinct Gold

cena de killer instinct gold

Apesar de menos lembrado, a excelente conversão – ou versão, já que teve melhorias em relação ao arcade – de Killer Instinct é uma bela opção de luta no console. Não conseguiu reproduzir o sucesso da versão SNES porque já não era o timing certo: com os fighting games 3D como Tekken e Virtua Fighter imperando, o estilo "meio-3D" começava a parecer ultrapassado. Mas foi um bom trabalho.

The Legend of Zelda: Majora's Mask

cena de majora's mask

Se Ocarina of Time é indispensável no Nintendo 64, Majora's Mask é um complemento espetacular, levando a história de Link a outro lugar – um lugar meio estranho, diferente, até sombrio às vezes. Graças ao uso do mesmo motor, a Nintendo conseguiu lançar Majora's Mask em pouco tempo após o capítulo anterior, e os dois guardam muitas características em comum. O que é ótimo.

Super Smash Bros.

cena de super smash bros

Se não dava pra lutar contra as grandes franquias de luta nem jogar Mario em combates violentos, a Nintendo deu seu jeito. E foi assim que em 1999 achou Super Smash Bros., que deu o pontapé inicial na cara de muito personagem da empresa. Mais focado em agradar todos os públicos, o jogo dispensou o aprendizado de comandos complicados, caindo rapidamente no gosto de fãs.

Mario Kart 64

cena de mario kart 64

A versão de Mario Kart para o Nintendo 64 passa longe de ser a melhor tecnicamente da série, mas ainda assim foi um jogo divertido. Apesar de manter características 2D como sprites de corredores e itens, o foco ficou na diversão e no multiplayer, com a muito funcional divisão da tela em até 4 partes, para todo mundo jogar zoando junto. Diversão garantida para veteranos e novatos, que garantiu o segundo lugar em vendas no console.

Perfect Dark

cena de perfect dark

Com uma versão aperfeiçoada do motor usado no desenvolvimento do aclamado 007, a Rare tirou outra pérola dali, que foi Perfect Dark. O shooter manteve as melhores características do predecessor, com um bem recebido multiplayer para até quatro jogadores e inteligência artificial avançada. Quem gostou de 007 tem o dever de seguir com Perfect Dark.

International Superstar Soccer 64

cena de international superstar soccer 64

Após vários jogos de sucesso em 16-bit, a série de futebol da Konami tinha que desembarcar também no Nintendo 64. Mantendo a jogabilidade-base e levando os jogadores ao 3D, o resultado foi tão bonito que teve até "benção" de Miyamoto, sendo aclamado pela crítica. Teve mais duas partes, todas indicadas para fãs de futebol. Certeza de agradar quem jogou os originais do Super Nintendo.

Mario Tennis

cena de mario tennis 64

Depois do fracasso do Virtual Boy, que teve o primeiro jogo de Mario envolvendo tênis, a Nintendo resolveu insistir no assunto e lançou Mario Tennis (feito pela second-party Camelot) em 2000 para o Nintendo 64. E dessa vez as coisas deram mais certo, com um game divertido especialmente no multiplayer. Ainda marcou a estreia de Waluigi.

Donkey Kong 64

cena de donkey kong 64

Seguindo a tradição iniciada com o jogo do SNES, a Nintendo fez outra aventura cheia de caminhos alternativos e jogabilidade de exploração em Donkey Kong para o Nintendo 64. Pode não ser o melhor da série, mas é bom – e foi um dos únicos 3D com visão em terceira pessoa do macaco, voltando ao estilo mais clássico no jogo seguinte, Donkey Kong Jungle Beat, do GameCube.

Wave Race 64

cena de wave race

Um dos primeiros jogos do Nintendo 64, Wave Race chegou já impressionando pelos gráficos suaves, cores agradáveis e o modo multiplayer. Em tempos de corridas sem fim, a ideia de correr com motos aquáticas foi um refresco ao gênero, o que faz de Wave Race 64 uma opção rara e indispensável para quem aprecia e gosta de sair da rotina de pistas, estradas e afins.

1080° Snowboarding

cena de 1080 snowboarding

Tal como Wave Race 64, 1080° apareceu como opção rara em seu gênero. Misturando corrida com manobras no gelo, podia parecer estranho um jogo de snowboard, mas funcionou. Em vez de só oferecer corridas, o pacote foi expandido com "pilotos" de características pessoais, sendo um dos mais divertidos do Nintendo 64.

Resident Evil 2

cena de resident evil 2 nintendo 64

Lançado anos após o original para o PlayStation, a versão de Resident Evil 2 para o Nintendo 64 foi um feito técnico. Não tanto pelo hardware em si, mas por terem conseguido transcrever um jogo enorme e complexo no espaço "minúsculo" de um cartucho. Apesar de perdas inevitáveis em texturas, por exemplo, foi um trabalho espetacular, mostrando o que ainda era possível em cartuchos, com a dedicação necessária.

F-Zero X

cena de fzero x

F-Zero foi um dos jogos marcantes do Super Nintendo e não poderia ser esquecido no novo sistema. Apesar de não ter as mesmas qualidades inovadoras e surpreendentes do original, a versão para Nintendo 64 tem seu aspecto único no universo de corridas. Estão lá o velho ritmo insano e o tema futurista, sendo opção rara no estilo e por isso, obrigatório para fãs.

Star Fox 64

cena de star fox 64

Como F-Zero, Star Fox teve papel importante no Super Nintendo graças ao chip SFX, que permitia ao console exibir gráficos poligonais simples. Na transição para o Nintendo 64 – máquina poligonal por natureza – não era possível ter o mesmo impacto. Restava melhorar aspectos do original e a Nintendo fez isso, entregando a velha experiência com mais qualidade. A jogabilidade pode não agradar hoje, mas foi parte importante da franquia.

Tony Hawk's Pro Skater 2

cena de tony hawks pro skater 2

A série Tony Hawk fez um barulho enorme entre o fim dos anos 90 e começo dos 2000, e o segundo jogo conseguiu melhorar muito do que já era bom. Mesmo com reduções inevitáveis em relação ao aclamado lançamento original no PlayStation (como a qualidade das texturas, pra variar), a versão Nintendo 64 também foi excelente, mantendo o alto nível e recebendo críticas geralmente positivas.

Paper Mario

cena de paper mario nintendo 64

Sempre que alguém pensa "agora a Nintendo não deve ter mais ideias do que fazer com Mario", eles nos surpreendem de alguma forma. No Nintendo 64, foi a vez do mascote aparecer em um universo de minigames e quebra-cabeças com a arte que lembra recortes em papel sobre fundos 3D – um estilo mantido ao longo da subfranquia que nascia ali.

Mario Party

cena de mario party

O Nintendo 64 teve vários jogos estilo festival, claramente voltados a agradar toda a família. Mario Party foi o primeiro de uma "trilogia" com os personagens em minigames diversos, e jogabilidade que envolve certa dose de sorte ou acaso. Indicados para jogar com a família toda, desde o vovô até a criança.

Road Rash 64

cena de road rash 64

Road Rash vinha de um passado brilhante no Mega Drive e uma grande versão para 3DO quando chegou ao Nintendo 64. Não sendo feita pela Electronic Arts, o jogo teve um desvio de características originais – gráficos não impressionam e o foco saiu um pouco da velocidade, mas a THQ entregou talvez o capítulo com os combates mais divertidos e intensos da história da série.

Conker's Bad Fur Day

cena de conkers bad fur day

Depois de títulos comportados como Donkey Kong e Banjo Kazooie, a Rare optou por sair do lugar-comum de vez e apareceu já no fim da vida comercial do Nintendo 64 com Conker's Bad Fur Day. Se a jogabilidade não variava tanto, personagens foram em outra direção, com humor negro, um esquilo alcoólatra falastrão, ursinhos malignos e coelhinha com referência sexual no uniforme. Definitivamente incomum, quase uma aberração em se tratando de uma plataforma da Nintendo.

Pilotwings 64

cena de pilotwings 64

Se Pilotwings foi um dos jogos iniciais do Super Nintendo, demonstrando o uso do famoso Mode 7 (efeitos de rotação e escala), Pilotwings 64 teve papel parecido no Nintendo 64. Não de demonstrar efeitos específicos, mas introduzindo jogadores ao 3D, de quebra adicionando novo conteúdo sobre o que já conheciam. Um dos simuladores de voo mais desencanados – nada de batalhas ferozes ou complicações, é mais sobre o prazer de voar.

Diddy Kong Racing

cena de diddy kong racing

Mario Kart já era consagrado como "o" jogo de kart e desde o SNES vários outros tentaram repetir o sucesso. Mas foi num sistema da própria Nintendo que chegaram mais perto, e de novo foi a Rare explorando o universo de Donkey Kong. Diddy Kong Racing foi muito bem executado, com belos gráficos num jogo divertido, que acabou entre os 10 mais vendidos do N64.

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

1 COMENTÁRIO

  1. Bons tempos de N64!!!! Nunca tive o video game em si, vi apenas na casa de um amigo meu...com o tempo as locadoras ainda preferiram ficar com o PS1 e Sega Saturn, ninguém queria mexer com os cartuchos!!!! Atualmente jogo ainda muitos os jgos de esporte, F1 e Star Fox 64...muita coia boa ainda eu não joguei!!!! valeu!!!!

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