Designer do NES e SNES, Lance Barr se aposenta após 39 anos na Nintendo

Designer criou modelos ocidentais dos consoles e agora aposentado diz que vai "mover-se rumo a outros projetos".

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Se você não vive no Japão e por isso não teve um Famicom ou Super Famicom com os modelos originais, culpe ou agradeça Lance Barr. O designer de produto da Nintendo, que projetou as versões americanas dos consoles na década de 90, anunciou a aposentadoria após 38 anos e 8 meses na empresa.

Leia também → Biografia Lance Barr

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Barr entrou na Nintendo em 1982 e não saiu mais. Sua primeira função foi Case Designer – criando cabines de arcade. Ainda faltava um ano para o Famicom ser lançado no Japão e Donkey Kong era um fenômeno recente.

Nintendo NES
NES: se você curtia esse modelo, agradeça a Barr.

Com o sistema sendo levado para a América, coube a Barr revê-lo para agradar o público local. E conseguiu.

NES e SNES

Em vez do modelo pequeno, em vermelho e branco dos orientais, viria outra criatura. A Nintendo primeiro imaginou um sistema modular, com estética similar a computadores. Barr desenhou o que foi chamado de Nintendo AVS. Levou meses para ser finalizado.

O resultado de Barr apareceu na CES (maior feira de eletrônicos da época) em junho de 1983. Mas não foi lançado: a Nintendo pediu uma reformulação por questões técnicas – segundo Barr, "para reduzir custos". Ele tiraria, então, outro modelo da cartola. O resultado você conhece.

Para o SNES, Barr via o original parecendo um "pão de forma". Não parecia adequado para o público americano. Contaria anos depois:

O Super Famicom talvez fosse bom para o mercado do Japão. Para os EUA, sentia que era muito soft e sem bordas. Estávamos sempre pensando em futuros componentes modulares, então você tinha que desenhar o console com a ideia de colocá-lo em cima de outros componentes. Achei que o Super Famicom não ficaria bem se empilhado e mesmo sozinho, tinha um visual meio "saco de pão de forma".

Além do novo formato, também veio a troca das cores dos botões. Em vez de coloridos do Super Famicom, um tom mais sóbrio (ou não muito) em púrpura. Fale o que quiser, mas era marcante.

Trabalhos posteriores

Barr foi responsável pelo design de vários produtos além dos consoles, incluindo a pistola Zapper, NES Advantage, NES Max e outros. Também desenhou os modelos econômicos, NES 2 e SNES 2 (com entrada simples de cartucho, chamados de top loaders).

lance barr biografia

Suas contribuições posteriores são incertas, mas sabe-se que participou do design do Wii Nunchuck. Barr diz em seu perfil no Linkedin que está aposentado, mas deve seguir trabalhando em "outros projetos".

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3 COMENTÁRIOS

  1. Tive um top game vg9000 da CCE onde joguei muitos clássicos da época!!!! Nintendinho e o Famicon junior vi mesmo apenas em uma locadora...cheguei a jogar Double Dragon 2 e Ninja Gaiden na época nesses devidos consoles!!!! Se fosse depender da Playtronic e Gradiente, estaria até hoje esperando um Nes original, graça aos clones é que pude desfrutar de determinadas pérolas pixelnianas da vida 8 bits!!!! Phantom system foi onde joguei pela a primeira vez o clássico Journey to Silius e no Super charger onde vi o clássico Yo Noid e Gremilins 2!!!! Determinados Consoles e sistemas eu tenho grandes e boas lembranças da época de locadoras e fliperamas!!!! valeu!!!!

  2. Respeito demais o trabalho do cara mas o design do SNES japonês é lindo. Concordo que se a ideia era modular ele com outros periféricos, o SNES americano ficou melhor, digamos, mais funcional. Mas olhando apenas pela estética. O Japonês é um "saco de pão de forma" lindo. Já o americano eu sempre achei parecido a uma caixa de ovos. Aquelas ondulaçõeszinhas em sua base é intragável. Claro. Eu tive um SNES e adoro ele. Isso é apenas sobre a estética mesmo.

    Falando sobre os controles. Os botões coloridos são muito mais "videogame" do que o monocromático americano. Já o Nintendinho americano eu acho bonitinho. E o original japonês muito com cara de brinquedo. Sem falar que acertaram em cheio na configuração final do joystick americano que acabou se tornando um ícone de toda uma geração.

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