Alone in the Dark vai voltar... outra vez. O clássico teve mais uma recriação anunciada há alguns dias pela THQ Nordic. Avô de todos os jogos do gênero, influenciou Resident Evil, Silent Hill e outros de terror que você puder imaginar.
O original, lançado em 1992, era a definição de aterrorizante. Um tanto por escolha de design e outro por limitações de hardware da época, usava câmeras fixas pela mansão e o minimalismo sonoro como armas de suspense. Funcionou absurdamente.
Poucas produções conseguiram até hoje repetir aquela sensação de pânico, de explorar o cenário quase cagando nas calças só pra ser surpreendido por alguma monstruosidade enquanto quebrávamos a cuca com algum puzzle.
Menos é muito
Era mais do que um jogo de sobrevivência como seus filhotes. Tinha falhas, mas apesar da simplicidade, cumpria o que se propunha. Tanto que ganhou sequências, filmes e mais importante, influenciou muita gente. Lembra do primeiro Resident Evil, aqueles sons perturbadores quebrando o silêncio? Era puro Alone in the Dark.
Que caminho o reboot seguirá? Os anteriores não foram tão bem e a THQ precisa ter aprendido algumas lições. Parece que aprenderam.
Em 2001, Alone in the Dark: The New Nightmare foi o primeiro reboot da série. E apesar de não ter a originalidade de quem lhe inspirou, foi uma investida decente. A produtora Darkworks manteve o foco em terror e suspense, buscando coesão com o estilo que AitD criou. Não teve o mesmo impacto do original, mas tentaram. Ele se parecia com algo que você chamaria de AitD.
Em 2008, outro reboot. Tinha problemas com bugs, controles e câmeras complicados, uma salada de jogabilidades e história confusa. Era quase um mundo aberto. Muitas cutscenes, muita informação, muitos diálogos. Até sequências dirigindo e escalando tinha.
Ou seja: distante do que a maioria dos fãs conhecia. Se tecnologia sobrava, o que faltava?Andar pela casa ouvindo seus passos. O chão rangendo. Portas fazendo "nheeec". Câmeras em ângulos que davam uma sensação ainda mais claustrofóbica à jogabilidade. Ao contrário do anterior, parecia qualquer coisa, menos Alone in the Dark.
Dava pra piorar. Em 2015, a Atari inventou Alone in the Dark: Illumination, muito mais focado em tiro e com modo cooperativo online. Cheio de bugs, pobre em narrativa, movimentação pavorosa, sem os clássicos puzzles, repetitivo. Foi detonado com justiça na maior parte das análises.
Desistir jamais
![alone in the dark 2022 1920x080](https://www.memoriabit.com.br/wp-content/uploads/2022/08/alone-in-the-dark-2022-1920x080-1-1024x576.webp)
Depois daquela bomba, a nome Alone in the Dark poderia estar defecado em definitivo. Quem conheceu o primeiro sabe que nunca mais acertaram a mão daquele jeito porque não respeitaram muito a fórmula.
A nova investida da Pieces Interactive (subsidiária da THQ Nordic) pode recuperar o prestígio da franquia. Mas pra isso, precisam buscar a identidade de AitD, que não deve ser um jogo de ação ou tiro. Se não tiver os elementos de thriller e terror, os puzzles e a disposição de fazê-lo morrer de medo de jogar à noite, pode ser outra entrada dispensável ou deslocada dentro da série.
Eles parecem ter começado bem, prometendo uma "recriação", trazendo de volta os personagens principais (Edward Carnby e Emily Hartwood) e a mansão Derceto, tudo na época certa. Se vai funcionar, vamos descobrir quando chegar.
Se a mensagem de apresentação for fiel, estão na trilha certa:
Ainda sem data, Alone in the Dark sairá para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.