Não é estranho pensar que consoles e cartuchos da nossa infância hoje são itens de colecionador? E não só coleções simples "de jogo", não... Coisa nível museu, que fica lacrada num "caixão" de acrílico e só pode ser tocada em condições especiais (ou seja, nunca)?
Para piorar essa sensação: Super Mario Bros. 3. Teve um novinho em folha? Rasgou a caixa, enfiou a mão infantil engordurada nele? Deixou o cachorro mastigar o manual? Reparou se a mão de Mario estava por baixo do texto?
Se respondeu sim à todas as perguntas, pena que não guardou o seu. Uma cópia lacrada e rara de Super Mario Bros. 3, fabricada em 1990, tornou-se o cartucho mais caro da história. O leilão da Heritage Auctions começou com lances em US$62,500, mas logo foi subindo até o incrível preço final.
US$156 mil. Essa aqui:
Ainda em 2020, outra cópia lacrada de SMB 3 foi vendida por US$114 mil, mas essa era especialmente rara. Tudo pela impressão da palavra BROS na caixa, sobrepondo a luva de Mario. Na versão comum, a palavra é impressa logo acima do boné do personagem.
Apenas três estão em circulação e só esse em tal condição.
Loucura?
Não são jogos que ninguém conhece, tipo software perdido. Não é algo que será aberto revelando conteúdo inédito, como um game cancelado. É o mesmíssimo que você conhece e cansou ou não de jogar. É só pela impressão rara e por estar lacrado.
Claro que eu adoraria ter dinheiro sobrando pra outras coisas, não isso, mas 850 mil reais por um item que não tem serventia a não ser assisti-lo placidamente numa estante?
Gostemos ou não, é tendência e conforme o tempo passa, deve se acentuar.
![super mario bros lacrado cem mil dolares leilao](https://www.memoriabit.com.br/wp-content/uploads/2020/11/super-mario-bros-lacrado-cem-mil-dolares-leilao.webp)
Em 2019, uma cópia de Super Mario Bros. saiu em leilão por mais de cem mil dólares. Dois anos antes, uma parecida foi vendida por "apenas" US$30 mil. Anos atrás, uma cópia do raro Stadium Events, também do NES, foi arrematada por mais de US$35 mil.
Os famosos cartuchos dourados do NES, distribuídos em torneios nos Estados Unidos na década de 80, estariam circulando entre colecionadores por valores acima de US$100 mil. Sequer aparecem na "superfície", ou melhor, em sites de leilão. Só 26 são conhecidos.
Pra alguns é diversão (?), mas nem sempre. O colecionador americano Donald Brock Jr., por exemplo, compra jogos lacrados de NES e os certifica através de serviços especializados como o VGA e o Wata. E depois os deixa na estante?
Aham, vai nessa... Ele os revende por até dez vezes mais do que pagou.
Qual frase cabe aqui? "O mundo é dos espertos" ou "Mais vale um gosto que dinheiro no bolso?" Talvez ambas.