F.E.A.R. 3 e o desprazer de jogar pela nostalgia infantil

Muito prazer, sou o Sofá Voador e estou aqui para te trazer uma análise duvidosa de um jogo mais duvidoso ainda. E que ainda assim, me fez perder um final de semana para zerá-lo...

Falar de F.E.A.R. 3 não é tão fácil, já que decidi que este texto seria uma análise e não uma sucessão de chutes em um dos cachorros mais mortos que a indústria de jogos já conheceu.

Não me leve a mal. A culpa por eu querer escrever sobre isso é única e exclusiva minha. Lembrava dele como um ótimo jogo quando adolescente, extremamente divertido e coerente... Mas a nostalgia é a vilã, como na maioria dos casos.

fear 3 alma
A nostalgia é linda... ou não.

Como eu não queria ter perdido oito horas do meu tempo para nada, aqui estou criando conteúdo... Pelo menos não terei sofrido sozinho e posso passar um pouco da minha experiência, adiantando que tirei algumas pequenas coisas boas disso.

O que você vai ver

Não me entenda mal, o jogo tem ideias ótimas. Ele pode ser jogado em co-op, tanto online quanto com tela dividida. Seu modo cooperativo é feito de uma forma diferente, afetando o gameplay e o final da campanha. A jogabilidade era ótima para a sua época, dando ênfase ao sistema de cover – eu não tinha visto algum funcionar de forma tão fluida até então.

Sendo focado no co-op, é notável a atenção que deram (nem que seja um pouquinho) na busca por ser diferente de outros jogos daquele tempo. Você é colocado na pele dos irmãos Point Man e Paxtton Fettel – protagonista e vilão do primeiro jogo, seguindo por oito capítulos lineares atrás de Michael Becket, que foi "engravidado" por Alma no final do segundo jogo.

fear 3 mecha
Um preview de como funcionam as partes de mecha

É ai que o F.E.A.R. 3 começa a pecar. O enredo não sabe nos conduzir e faz com que a gente não se preocupe nem um pouco com o que está acontecendo e o que vai acontecer com os personagens, mesmo com os protagonistas.

E o roteiro ainda teve ajuda de um dos mestres do terror, John Carpenter, o que me leva a crer que o principal inimigo desse jogo é a execução.

Linearidade: um mal na sétima geração

A campanha não passa de uma grande linha reta. Fica mais evidente nas partes em que controlamos os mechas, onde apenas temos que andar de um ponto A ao ponto B matando inimigos e pegando coletáveis e armas.

Com o player 1 você controla Point Man, que é basicamente a gameplay dos F.E.A.R. anteriores, só que melhorada em todos os aspectos.

fear 3

O segundo jogador controla Fettel, que é onde a gameplay dá uma diversificada muito forte... Com seus poderes psíquicos, serve como suporte para Point Man, dando shield para ele. Ou na briga, pode possuir qualquer inimigo que esteja em sua mira, desde que tenha energia o suficiente para isso. Ele pode até mesmo explodi-los com seu poder. 

O engraçado é que quando você os possui e larga, Fettel os explode junto com as armas embutidas... Por que não dropam como todo inimigo normal?

Tendo em vista essa vasta diferença no gameplay, posso ressaltar que F.E.A.R. 3 não é um jogo fácil. Você precisa pensar em certas fases e se coordenar com seu parceiro para elaborarem uma estratégia. Caso contrário, vão empacar muito fácil.

O arsenal de F.E.A.R. 3 é modesto, com apenas oito armas, podendo ter até duas no seu slot. A interação do Fettel com armas me deixa um pouco desanimado, pois em Dead to Rights, lançado em 2002 e onde seu parceiro era um CACHORRO, te dava armas para prosseguir na missão. Fettel simplesmente não consegue deixar uma arma intacta no chão para eu pegar.

Alguns pontos importantes

Fonte: Qual Caminho a Seguir?

O cenário é notável. Há uma boa variedade, porém são sempre em tons cinza e abandonados. Passamos desde fábricas abandonadas até numa favela no Brasil.

Os gráficos são bons, mas não eram top mesmo na época, tendo em vista que Resident Evil 5 foi lançado em 2009 com visuais melhores que ele.

Não presenciei muitos bugs, exceto em um mapa específico em que meu companheiro caiu de um trem e seria game over. Em vez disso, ficou sanfonando no ar junto com o trem e não aparecia o game over... Na hora foi engraçadão.

Conclusão

fear3 gameplay
Cena de F.E.A.R. 3

Em suma, F.E.A.R. 3 foi um jogo com ideias legais e gameplay um tanto divertida. É uma ótima pedida para jogos co-op, apesar dos problemas na narrativa.

Com um ótimo preço atualmente, pegue um amigo para jogar com você – de preferência ambos bêbados – e seja feliz, pois sozinho não compensa tanto. Se estiver sóbrio e sozinho, você corre o risco de desanimar diante dos pontos negativos.

• Análise: Sofá Voador.
• Revisão e edição: Daniel Lemes
F.E.A.R. 3 foi avaliado na versão Windows, mas também está disponível para PlayStation 3 e Xbox 360.
Sofa Voador
Sofa Voador
Técnico de informática e aspirante a jornalista. Gamer, apaixonado por musica e séries, principalmente das mais duvidosas. Ah, e o mais importante, apaixonado por Resident Evil minha vida toda, meu primeiro contato com esse mundo.

1 COMENTÁRIO

  1. Valeu pela a analise...até hoje fiquei no primeiro mesmo, bons tempos de antigamente!!!! Uma hora dessas eu testo essa versão atual, valeu!!!!

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