Emular o Nintendo 64, console com quase 25 anos, não parece missão difícil em 2021. Há vários emuladores estáveis por aí, que fazem o trabalho com perfeição ou perto disso.
Mas parece que a própria Nintendo não se deu bem ao incluir uma seleção de seu velho 64-bit no Switch. O acesso aos títulos, através do novo pacote de assinatura revelado há alguns dias, está com desempenho abaixo do esperado, segundo usuários.
Mais de um problema é relatado. O primeiro é com o mapeamento dos botões. O controle original do Nintendo 64 tinha só um analógico, com quatro botões pequenos, amarelos, pensados para o controle de câmera – por isso chamados de botões C.
A emulação coloca os botões C nos botões YBXA do Joy Con, enquanto o usuário segura o botão ZL. Claro que nem todos estão gostando disso. Os botões B e A também ficam nos B e A do Switch.
Até aí tudo certo? Mais ou menos, porque os botões B e A do Switch são alinhados num ângulo muito diferente do Nintendo 64. O melhor jeito seria mapeá-los para os botões Y e B do Joy Con, conseguindo assim uma sensação mais parecida com o controle clássico.
Mas... Não dá pra remapear os botões. Por que a Nintendo não deixa que usuários ajustem o controlem como acharem melhor?
Segundo desconfiança de alguns, é uma forma de "forçar" quem busca a experiência mais original a comprar a recriação do controle. A réplica, vendida à parte para assinantes do pacote por US$ 49, esgotou rapidamente.
Problemas
Mas não é só. Alguns jogos têm óbvio atraso e picotes no som. Em Mario Kart 64 o problema é bastante perceptível; acredita-se que seja causado por algum netcode tentando manter jogadores online sincronizados e no processo, sacrificando a sincronia do áudio.
Outro é com alguns efeitos gráficos. Jogos como The Legend of Zelda: Ocarina of Time sofrem para exibir corretamente efeitos de neblina – algo que nem emuladores ordinários passam.
Veja a diferença entre as versões Nintendo 64, Virtual Console do Wii e Switch (via stopskeletons no Twitter):
Também não parece haver forma de emular o Controller Pak, cartuchinho de memória ligado à porta na parte inferior do controle do Nintendo 64. Com isso, alguns jogos e recursos ficam fora de ação. Em Mario Kart 64, por exemplo, dados eram salvos no Controller Pak para ter o ghost, quando o jogador corre vendo o "fantasma" de sua melhor corrida anterior. Não dá pra fazer – por enquanto – no Switch.
Alguns jogadores também reclamam de input lag, que tornariam certos games quase injogáveis, especialmente online. Embora seja difícil provar cada percepção pessoal, a questão dos botões é inegável e resta aguardar a Nintendo se manifestar.
Solução futura?
A assinatura do Switch Online com o Expansion Pack, requerido de jogadores que queiram acesso aos games do Nintendo 64 e Mega Drive, custa R$ 262,99 no plano anual individual. O plano família, para até oito usuários na mesma conta, sai por R$ 421,99 por ano.
É mais que o dobro dos planos sem os sistemas: R$ 100 e R$ 175, respectivamente. Pesado, Nintendo.
Valeu!!!!