Imagine a cena: Bowser se declarando culpado por vários crimes após processo da Nintendo. Condenado, deve pagar uma fortuna por todos os danos. Os Advogados da Nintendo™ saem satisfeitos da corte.
E pode acreditar, porque isso – certo, alegorizei um pouco a história – realmente aconteceu. Mas não com "aquele" Bowser, porque a gente sabe que ele não existe. Foi com um cidadão de nome Gary Bowser, que teve a infeliz ideia de quebrar a proteção do Nintendo Switch e 3DS.
Em 2020, Bowser e o colega pirateiro Max Louarn foram presos, com mais 11 cúmplices, por supostamente liderar uma equipe de hackers chamada Team Xecuter. Entre outras aventuras, o grupo produzia e vendia um dispositivo que liberava o Switch para rodar um sistema operacional customizado, batizado como SX OS.
Na prática, liberava a execução de jogos copiados no console.
A abordagem inicial funcionava só com aparelhos produzidos até meados de 2018. Mas versões mais novas foram alvo de uma atualização do método, com um pequeno hardware soldado dentro do Switch.
Bowser se ferrou
Esse tipo de coisa será útil e válida como esforço de preservação num futuro distante, quando o Switch estiver descontinuado e esquecido pela massa. Entendo a simpatia pela emulação e afins, compartilho dela. Mas com coisas antigas. Atualmente, sendo current-gen da Nintendo, mal dá pra calcular o prejuízo que causava.
Deu ruim demais pro Bowser, claro. Como parte do acordo de confissão, ele concordou em pagar US$ 4,5 milhões, mas ainda assim vai encarar um xilindró. No acordo, é descrito como membro de uma "empresa de cibercriminosos" que criava, vendia e distribuía aparelhos modificados (incluindo o 3DS), capazes de executar jogos em ROMs.
Pra quem achou muito dinheiro, não se espante. O crime era extremamente rentável para o grupo. "A empresa gerou ao menos dezenas de milhões de dólares com a venda de aparelhos modificados", diz o documento. Perdas totais são estimadas entre 65 e 150 milhões de dólares. Ou seja: ficou baratíssimo.
Crime compensava?
Bowser admitiu que faturava no máximo mil dólares por mês pela participação, mas ganhos adicionais com publicidade geravam só pra ele cerca de US$ 320 mil mensais.
"O senhor Bowser entendeu que sua participação na empresa ilegal feriu direitos autorais e marcas registradas, fabricantes de consoles e outros que deveriam ter faturamento", afirma o acordo, lembrando que danos também vieram por atos pessoais dele, como "execução de jogos protegidos por direitos autorais".
Além da pena pelos crimes, cometidos entre 2013 e 2020, Bowser foi processado individualmente pela Nintendo. Mesmo se livrando de algumas acusações graças ao acordo, ele deve passar ao menos cinco anos preso.
kbuloso isso!!!! valeu