[Especulação] Detalhes do Nintendo NX: híbrido, cartuchos

Quero de coração acreditar que a Nintendo sabe o que está fazendo, mas...

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Depois de muita especulação sem a mínima credibilidade sobre o Nintendo NX, outra, mas sólida. A Eurogamer divulgou informações de fontes confiáveis, sobre um dos mais misteriosos videogames dos últimos anos. E pra quem esperava uma máquina pra bater de frente com rivais da nova geração... Digamos que o alvo é outro.

Segundo tais fontes, o NX será mesmo portátil. Com controles laterais destacáveis, lembra até certo ponto o Wii U Gamepad — alguém achou que eles dariam um passo atrás? Esse módulos destacáveis virarão controles independentes.

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Pra quê? Enquanto o pad do Wii U é acessório pra quem joga na tela grande (embora muitos joguem só pela tela dele, o que dificulta em certos games), o NX tentará unir as experiências num fluxo mais natural. Será portátil, mas quando estiver em casa, você poderá ligá-lo a um monitor/TV e jogar do mesmo jeito, mas como num console de mesa, usando os controles, com a experiência mais intacta possível.

nx controller eurogamer
A patente sugere controles laterais destacáveis.

Sendo portátil, terá ele poder de fogo para encher uma tela grande com ótimas resolução e taxa de frames? Para garantir isso, o processador principal que a Nintendo escolheu para o NX é um poderoso Tegra, da Nvidia.

Poderoso para sua indicação: mobile. Vai atender à demanda por gráficos que rivalizem com as máquinas top do mercado? Provavelmente (ou quase com certeza) não, e a Nintendo não está preocupada em ser da "glorious console master race". Os kits de desenvolvimento são baseados no Tegra X1, atualmente o mais poderoso da linha, usado no Pixel C Chromebook e Shield Android TV.

Uma amostra do poder de fogo do X1:

Um monstro para portátil, que não deve fazer feio em resoluções maiores. Mas...

Cartuchos, sério?

Mas a empolgação dá aquela diminuída quando a especulação mais bizarra vai tomando forma. A Nintendo deve mesmo apostar num tipo de cartucho, com suposta limitação de 32 GB. Com games cada vez maiores como Beyond: Two Souls (35.7 GB) e Uncharted 4 (quase 50 GB), o tamanho já é pouco hoje, imagine num intervalo de dois anos ou mais. Considerando que será híbrido, não pode ficar restrito aos pequenos típicos de portátil.

Eles teriam chegado a considerar só o download digital, que também deve estar presente. Cartuchos eram dados como certos desde maio, quando o registro da marca The Legend of Zelda: Breath of the Wild incluiu o formato. Isso difere da política tradicional da Nintendo ao registrar marcas recentes, normalmente só digitais e em discos.

Ao contrário do que especularam — e parecia duvidoso —, não será usada uma versão de Android como SO, mas um sistema próprio da Nintendo, claro. Com tanta diferença de hardware e software para as plataformas anteriores, é quase certo que não haverá qualquer tipo de retrocompatibilidade, rompendo com uma velha tradição.

E dessa vez, a Nintendo está preocupada com o plano de marketing. A ideia é não fazer as mesmas cag bobagens da divulgação do Wii U, que mais confundiu o público médio do que esclareceu. Querem deixar claro que o objetivo do NX é ser um portátil e um console de mesa, que levará seu jogo favorito pra onde você quiser, sem emendas ou interrupções.

O que dá pra concluir?

Apesar das dificuldades recentes, a Nintendo seguirá firme em sua identidade. Todas as fichas em personagens e ideais próprios, mesmo que signifique sacrifícios técnicos.

Equiparar hardware com rivais? Não precisa. Logo virão nomes importantes como Zelda e Mario, e há a possibilidade de muitos remakes, como Splatoon. Terceiros? A arquitetura sugere que parceiros se interessarão em desenvolver, o que seria um avanço fundamental em relação ao Wii U.

tegra x1
Com o X1 no coração, o NX pode ser a "máquina portátil dos sonhos", mas vai funcionar na TV?

Se o "Tegra X1 by Nintendo" for similar às amostras rodando com Android que vemos por aí, com a mão da empresa tirando o máximo dele, dedicado 100% ao próprio ambiente, deve ser um super portátil. Mas é bom lembrar que o chip, quando o NX for lançado, já terá mais de dois anos na praça. É possível que em vez do X1, o NX leve o futuro Tegra X2, do qual não há muita informação, mas com potencial para manter 1080p a 60fps numa boa. E com (talvez) clock reduzido e baixíssimo consumo de energia, O NX deve ter uma bateria de longa duração.

Vai bater em PS4K e XOne S? Missão embaçadíssima. Ao brigar com consoles de mesa — se a Nintendo de fato quiser isso — numa geração apegada às minúcias, pouco pode fazer diferença. Zelda: Breath... sofreu críticas nas aparições mais recentes por ter folhagem "menos rica" que a versão exibida antes na E3, e por quedas de frames durante batalhas. O NX terá que manter o alto nível tanto portátil quanto ligado à TV. Jogos precisam funcionar bem na telinha e na TV, ou a experiência será manca. Se o X1 (ou X2) segura a bronca, é outra história. Qual é a da Nintendo, afinal? Atacar TV e portátil com a mesma força, ou um será mero apetrecho do outro?

E controles destacados, como se sairão num formato bem diferente do atual padrão, aquele de top buttons, dois analógicos, o design, etc? Num cenário a médio prazo, cartucho limitado a 32 GB é preocupante também.

O NX tem tudo pra ser a máquina portátil dos sonhos, mas na briga pela sala, segue com pontos de interrogação sérios. As especificações do X2 devem lançar uma luz — isso se a Nintendo não resolver ficar com o X1 mesmo. O lançamento está agendado para março de 2017, com divulgação em setembro desse ano. Até lá, muita expectativa e curiosidade.

Pra mim, o X da questão do NX: videogame portátil ainda tem espaço pra fazer fortuna no meio de smartphones cada vez mais parrudos?

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