Atenção: esse artigo tem spoilers, então siga por sua conta.
A única certeza da vida é a morte?
Não na ficção, onde a juventude eterna e a ressurreição e são recursos comuns para eternizar personagens. Ninguém questiona porque a Turma da Mônica é sempre criança (fora aqueles quadrinhos horríveis da turma teen) ou como um protagonista bate as botas só pra reaparecer vivinho mais tarde.
Nos videogames tem muito disso, e a carga dramática de uma boa morte marcou vários títulos. Quem jogou na época, sem revistas, pela primeira vez, lembra do impacto quando Chrono era literalmente destruído por Lavos em Chrono Trigger. Como assim, mataram o personagem principal?
Mas ele foi favorecido pelo mote das viagens no tempo para voltar; nem todos tiveram tal sorte. Em Phantasy Star II, a protagonista Nei morre pra valer, para inconformismo de muito fã da série até hoje (tanto que se tornou "ressuscitável" no remake para PlayStation 2). Em Final Fantasy VII, uma das mortes inesquecíveis, quando Aerith é atravessada pela espada pelo vilão Sephiroth, para desespero de Cloud e do público.
Confira nossa lista de personagens de games que morreram — ou já estavam mortos antes de começar...
Nei
em Phantasy Star II
A série Phantasy Star tem outras tragédias, mas sem dúvida a mais marcante é a de Nei. Como uma das protagonistas do segundo título, sua morte é inesperada, exatamente como deve ser numa trama que se preze.
Nei é aquela personagem que o jogador cria vínculo imediatamente. Está presente desde o começo, ao lado do herói Rolf; é muito forte, tem um visual chamativo. Não é dada a menor pista de que tal coisa aconteceria. E tem um simbolismo de sacrifício, já que ela, cruzamento de humanos com biomonstros, não é exatamente bem vista pela população. Mesmo assim, sempre esteve ao lado dos humanos de Motavia, optando por lutar — e até matar ou morrer — com a irmã malvada, NeiFirst.
Charlie Nash
em Street Fighter Zero
Em Street Fighter II, Nash era citado como Charlie, e já estava morto, o que nos leva aos eventos de Street Fighter Alpha. Nash é morto por Bison, e segundo sites especializados na série, seu final em Street Fighter Alpha 2 é considerado canônico — ele tenta prender Bison, mas é assassinado durante a ação.
Sem dúvida ele está morto durante o clássico Street Fighter II, sendo vingá-lo a razão de Guile para lutar. Mas é revivido mais tarde pelos Iluminatti, reaparecendo como personagem jogável em Street Fighter IV e V. Quer dizer: morreu, mas está sempre por aí.
Chrono
em Chrono Trigger
Um dos grandes momentos no clássico Chrono Trigger é a chocante morte de Chrono, o personagem central. Uma jogada inesperada da Square, que por alguns momentos deixa o jogador estupefacto — pelo menos até perceber que ainda não era a hora do herói calado.
Considerando o histórico então recente da empresa, não parecia impossível que adotassem medida tão radical contra um dos protagonistas. Vale lembrar que em Final Fantasy VI, um ano antes, rolou até tentativa de suicídio de Celes. De qualquer forma, foi uma morte justificável, de sacrifício, e que acaba por unir o grupo ainda mais na missão não só de salvar o mundo, mas uns aos outros.
Todo mundo exceto um
em Eternal Champions
Os campeões eternos da Sega começam o torneio de luta exatamente por estarem mortos. Pra quem não lembra ou não conheceu, no fighting game de 1994 o "Eternal Champion" é uma entidade capaz de manipular tempo e espaço, que traz lutadores mortos de forma prematura em várias eras. O vencedor terá a chance de desafiá-lo, e se batê-lo, ganha a vida em definitivo.
Então, faça ou que você fizer, todos os personagens, exceto seu escolhido, terão que enfrentar o destino cruel original. Pena que a série não teve sequência; seria interessante ver como a Sega se viraria para trazê-los de volta.
Aerith Gainsborough
em Final Fantasy VII
O Playstation original teve talvez a versão mais popular da grandiosa série da Square Enix. Lançada em 1997, a sétima parte trouxe uma das mortes mais dramáticas e até hoje lamentadas da história dos games, quando Aerith leva um golpe fatal de espada na frente de Cloud.
Muita gente torcia pela formação de um casal Cloud e Aerith, e lendas rondam o jogo desde então sobre uma possível ressurreição da personagem. Mas não adianta: ela estava ali cumprindo seu papel dramático, numa morte definitiva nas mãos de Sephiroth. Aerith morreu, e não há nada a ser feito, pelo menos em termos canônicos.
Centurião
em Altered Beast
O beat'em up da Sega é outro que só começa porque o protagonista estava morto. O centurião grego, após uma vida de batalhas e uma morte honrada, é trazido de volta do túmulo por Zeus e ganha de bônus uma missão espinhosa: recuperar sua filha que está sob controle de criaturas das trevas.
Então aqui o caminho é o inverso: concluindo a jornada, o jogador garante a vida do centurião (Zeus esqueceu de perguntar se ele queria...). Ou quase isso: na versão arcade, o final mostra o lutador usando uma máscara de lobo dourado com uma claquete sendo batida, e depois todos bebendo cerveja: tudo não teria passado de uma representação...
John Marston
em Red Dead Redemption
Lançado em 2010, é o título mais recente dessa lista. E pra muitos é também a morte mais lamentada da história dos jogos, já que ninguém esperava que a Rockstar matasse o John Marston após finalmente ter sua "redenção", numa longa jornada.
A Rockstar já tinha experiência no assunto. Em 2006, Victor Vance estrelou GTA Vice City Stories; a história se passa dois anos antes do Vice City original, onde ele morre logo na introdução. Em 2013, GTA V trouxe um dos mais brutais assassinatos de ex-protagonistas, com o motoqueiro Johnny Klebitz sendo pisoteado por Trevor. Mas com Marston, inauguraram a morte de um protagonista no mesmo jogo que estrelou.
Sub-Zero
em Mortal Kombat
Essa morte não aparece na tela, mas após os eventos do Mortal Kombat original, o ninja gelado é assassinado por Scorpion, completando sua vingança. A trama da série é confusa com tantas idas e vindas de personagens, mas a prova disso é Noob Saibot, a forma espectral do que um dia foi o Sub-Zero, cujo nome verdadeiro é Bi-Han.
O Sub-Zero de outras versões é seu irmão, Kuai Liang. No final dele em Mortal Kombat II, o texto diz que não entende porque foi poupado por Scorpion. Já no final de Scorpion, a explicação é que este notou o retorno de Sub-Zero, mas ao vê-lo poupar um oponente na batalha, percebeu que não era o mesmo ninja. Logo, Bi-Han morreu em definitivo no final do primeiro Kombate (se você não considerar sua forma espectral, Noob Saibot).
Lyle
em Phantasy Star III
Phantasy Star III não agradou a maioria dos fãs da série de RPGs da Sega, com um confuso sistema de casamentos e eventos um tanto desligados da trama original. Um dos personagens principais é Lyle, responsável pelo sequestro da princesa no começo do game — fato só descoberto em estágios avançados, com Lyle à beira da morte e arrependido do crime.
A morte de Lyle não influencia diretamente em nada, já que ao morrer ele está fora de ação (participa ativamente de gerações anteriores). Mas marca um momento de redenção, quando suas ações intempestivas do passado são admitidas para ter um fim digno.
The Boss
em Metal Gear Solid 3
Mãe de Ocelot e mentora de Naked Snake, a The Boss apareceu em MGS3 como a principal antagonista. Uma mulher forte, um soldado lendário com uma história de sacrifício pessoal e a clássica cena de morte que fez muito marmanjo chorar.
Muito marmanjo, incluindo o Snake: após ter que matar a mentora, há uma cena em que ele visita seu túmulo para prestar homenagem. E ali é visto chorando pela primeira e única vez. Mudando a câmera para seu ponto de vista, a cena fica borrada, representando as lágrimas. É um dos momentos favoritos de Kojima na série.
Metal gear Solid 3 marcou muito...o enredo, as músicas e as partes tristes do jogo...bons tempos!!!!
Infelizmente só não morre político corrupto e ladrão...que mundo sofrido é esse que vivemos!!!! valeu
huehaue verdade.
Lista interessante! Publicaram ela no grupo do Phantasy Star Brasil no facebook, e fiquei surpreso em ver Lyle de Cille sendo citado. Mesmo Nei que é mais famosa.
Os "phans" agradecem a lembrança de sua série favorita!
Saudações de Algol!
Obrigado por avisar. Joguei PSIII tem poucos anos então a memória está fresca ainda. Abraço pro pessoal todo lá!
Parabéns Daniel. Sensacional esse artigo. Obrigado por não se desfazer do seu site.