Especial Phantasy Star III: Generations of Doom (Mega Drive, parte 1)

Depois do último post sobre Phantasy Star I, tive o ímpeto de passar algum tempo nele pra ver se ia no tranco; já estava quase comprando Myau (tipo uns 25 minutos de jogo) quando o save do querido e estimado Kega Fusion resolveu sumir. Fiquei tão puto chateado que resolvi tomar vergonha na cara e tirar outro da longa e quase interminável lista do que tenho o "dever moral" de jogar antes dos 100 anos de idade: o irmão feio Phantasy Star III.

Irmão feio que nunca me pareceu tão feio assim, embora o pessoal desça a porrada nele sem dó. Muito pelo rompimento da Sega com a trama original, depois de costurar tudo tão bonito nas primeiras partes. São mínimas as relações de PS III com os games anteriores, incluindo o eterno vilão Dark Force, alguns nomes (New Mota como Motavia, Neo Palm como Palma, Alisa III numa provável referência a Alis); é como se J.K. Rowling tivesse desaparecido com a escola de bruxaria de Hogwarts no terceiro livro e colocado os personagens (novos e sem relação com o Harry, Hermione e Rony) em outra escola, com o Voldemort de vilão. É mais ou menos isso.

Como disse no especial de Snatcher, vou mostrar os passos não como um "detonado" à moda antiga, seria inútil com a incrível quantidade de material disponível por aí; vou no modelo "diário de avanços", com a história recontada por alguém que a está conhecendo agora. Talvez algum novato se anime a tentar.

Um mundo (quase) novo

Phantasy-Star-III-titulo

Lançado em 1991, a terceira parte da saga medieval-espacial da Sega não tem ligação como sequência direta de PS I e II, nem serve de introdução ao PS IV: é um capítulo isolado. Isso por si só é razão para muito fã desistir, já que a essência de um RPG é o que ele conta. Oras, mas como diabos a Sega resolve lançar um jogo com o número III em sua franquia mais emblemática, e mete uma trama que não fede nem cheira no universo dela?

Eu também não sei, dinheiro talvez? Mas o importante é que, ignorando isso e o acolhendo como algo isolado, não é de todo ruim.

Trama

Numa era medieval (segundo a versão japonesa, 1000 anos depois dos eventos de Phantasy Star IV, e segundo a americana, 1000 anos depois de Phantasy Star II, e por consequência, na mesma era de Phantasy Star IV — prefiro a versão oriental, faz mais sentido, embora seja uma gambiarra pra justificar a trama), duas frentes se opõem: os orakianos, liderados pelo cavaleiro Orakio, e layanos liderados pela feiticeira Laya, numa grande batalha em Alisa III, colônia espacial onde vivem sobreviventes de Palma, aquele planeta verde que foi destruído ao final de Phantasy Star II.

Os dois lados acreditam que são bons e o outro mal, mas depois descobrem que a verdadeira causa de sua desunião é o velho Dark Force (sempre ele), fazendo ambos de marionetes. Ele, como um bom vilão diabólico, que acabar com tudo.

Depois de perceber a trapaça, os líderes ordenam que não haja mais mortes de qualquer ser vivo, mesmo que seja um membro do outro exército, ordem conhecida como "Lei de Orakio" (ou Lei de Laya, no outro lado). Quando tentam combater Dark Force juntos, falham, e ao final, os dois líderes desaparecem misteriosamente.

O tempo passa. No reino de Landen, Maia, garota que apareceu desmemoriada na praia, vai se casar com o príncipe dos orakianos, Rhys. Mas antes da cerimônia, um demônio alado que seria dos layanos sequestra a noiva. E assim começa a treta de novo.

Por que irmão feio?

Não sou eu quem diz, mas além das aberrações na trama (com mínimas alterações, o jogo poderia nem ter o título Phantasy Star), ainda rola muita crítica aos monstros fracos, à vagarosidade de movimentos dos personagens e ao som repetitivo.

Será que é tão ruim assim ou é só picuinha dos fanzetes? Vejamos.

Início

Antes de começar, vou deixar o link para todos os mapas de Phantasy Star III. Vieram do excelente site The Complete Guide to Phantasy Star III, com algumas edições feitas por mim nos mapas globais; senti falta do nome das cidades neles.

Minha primeira impressão quanto à trilha sonora é positiva: músicas simples mas agradáveis; a da introdução me parece clássica, já que a ouvi antes em versão instrumental.

Atualização 12/13: agora que já terminei, mudei um pouco de opinião sobre a trilha. São poucas músicas memoráveis e não há muita variedade, o que torna algumas, como as de mapas, um tanto aborrecidas depois de algum tempo. Eu não diria que é exatamente um ponto alto, mas também não chega a ser irritante. Só faltou variedade.

Mas o movimento dos personagens é lento demais, até para percorrer uma saleta mixuruca leva quase cinco segundos. Se você se acostumou a correr em outros RPGs, como Chrono Trigger, por exemplo, terá a paciência será testada.

saleta em phantasy star III
Percorrer uma salinha dessas leva uns cinco ou seis segundos, os personagens são lerdos mesmo.

Começo com uma rápida exploração pela cidade: lojas, papo-furado com pessoas, tudo tradicional de RPGs. Já vi que no segundo andar da loja de armas tem um cara estranho que só manda "o senhor é um cara de sorte, príncipe". Segundos andares das casas são lugares pra observar.

Nada pra fazer, siga para o castelo ao norte, afinal você vai se casar. Mas o bichão layano vai roubar sua noiva, e ao tentar reagir, seu pai (gente-finíssima) vai te mandar pro calabouço pra "se acalmar um pouco".

Layanos sequestram Maia
Pai moderno é outra coisa: manda o filho relaxar no calabouço

Abra os baús e equipe Rhys com a faca. Caia fora do calabouço depois de falar com Lena, que vai dar uma mão te tirando de lá. Hora de fazer a velha ladainha de RPG: fuçar.

Como não tenho tempo pra fuçar muito e fazer tudo na raça, apelei pro Game FAQs (sim, sou um ser desprezível, um gamer de meia-tigela), para descobrir que tenho que ir pro sul, até a cidade de Yaata. Não faça como eu: converse com o povo que circula pela cidade e eles darão várias dicas preciosas, inclusive essa, como notei depois.

E tenho que fazer uma confissão tenebrosa: deixei o coitado do Rhys morrer na primeira passeada por terrenos infestados. Tive que recomeçar o jogo porque nem à decência de salvar, com um savestate que fosse, me prestei...

Dica: o monitor serve pra usar como um mapa (meio tosco) fora das cidades.

Dica: ouça o que Lena disse: arme-se bem antes de ir procurar sua noiva (ou seja, venda sua faquinha e compre uma espada na loja de armas, e também um item de proteção.

Dica: para salvar, vá naquelas hospedarias das cidades e pague 5 mesetas. A garota vai perguntar se antes você quer salvar o jogo.

velhinho supersticioso ps3Comece a matar uns monstros para ganhar nível. O problema é que a maioria serão uns pássaros gorduchos muito fracos e que só dão UM ponto de experiência e UMA MÍSERA MESETA, desânimo total. Na cidade de Yaata converse com o velhinho perto da fonte e ele vai te falar que precisa de um ciborgue para navegar, pois dão sorte.

Siga para o leste, desça a ponte até a cidade de Ilan. Converse com os carinhas ao norte da cidade para descobrir que um layano foi visto na floresta ao noroeste dali. Antes de ir, mate monstros e tente subir de nível um pouco, pois haverão inimigos no caminho. Torça para aparecer as ratazanas (Eindon) que dão um pouco mais de grana, com o contratempo de serem venenosas. Se ficar envenenado, compre Antidotes na loja da cidade.

Só por enquanto, no próximo post dou uma pernada mais longa (espero).

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

2 COMENTÁRIOS

  1. Bons tempos!!!! clássico!!!! Outro petardo RPG que estou em busca de tempo para detonar e assimilar em termos de estória e história dos clássicos da Sega!!!! valeu

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