Se usar referências do passado pode ser útil para prever o futuro, os vaticínios para o Wii U continuam nada animadores. Foi lembrado essa semana um fato curioso (e desanimador para fãs da Big N): se o console da oitava geração da Nintendo fosse descontinuado nas próximas semanas, ele teria exatamente o mesmo tempo de circulação que o aparelho final da Sega, o Dreamcast. Mas com um ponto contra: muito menos unidades vendidas.
O Wii U, lançado oficialmente em novembro de 2012, tem 17 meses no mercado; o Dreamcast, lançado em setembro de 1999 no ocidente, foi descontinuado em março de 2001 - 18 meses. Mas o primeiro tem hoje cerca de 6 milhões de unidades vendidas no mundo, enquanto o 128-bit da Sega havia conseguido 10,6 milhões.
Se colocarmos o PlayStation 4 na roda, fica ainda pior: com apenas 5 meses circulando, a Sony já festeja a comercialização de 7 milhões deles; no mesmo período, foram vendidos 5 milhões de Xbox One.
Esses números remetem a médias mensais igualmente preocupantes: ignorando o período total de cada, as vendas do Wii U são piores que todos eles.
- PlayStation 4: 1,4 milhão
- Xbox One: 1 milhão
- Dreamcast: 588 mil unidades
- Wii U: 353 mil unidades
Será hora dos acionistas e fãs da Nintendo começarem a arrancar cabelos, ou de cortar a cabeça do Iwata?
Provavelmente não. Há novidades prontas para o Wii U chegando, como o Mario Kart 8 com gráficos full HD sem queda de frames mesmo em tela dividida. E um pacote de fim do ano que inclui Watch Dogs no último trimestre, Super Smash Bros no inverno americano, entre outros.
Iwata lamentou a baixa venda de software e a empresa conta muito com o período de férias para enfim elevar o status do console, o que não conseguiram no fim do ano passado.
Está na hora das franquias de peso mostrarem sua força para tirar a Nintendo da crise, mas mesmo que não aconteça logo, o Wii U não será "o novo Dreamcast". Eles têm dinheiro em caixa e cartas na manga para lidar com o problema, ao contrário da Sega de outrora, que vinha de muitas perdas com Sega CD, 32X e Saturn (e depois, perda de apoio das softhouses, que vazaram para o PlayStation 2).
Tal como o Dreamcast, o Wii U não é, de forma alguma, um console ruim. O gamepad já se mostrou uma grande aposta que não deve engrenar e o hardware talvez fique atrás dos colegas de geração, mas a biblioteca da Nintendo é boa o bastante para safar o Wii U do rótulo de "completa falha".
Mas não deixa de ser um dado curioso e preocupante.