Você deve lembrar do raríssimo — até hoje, único — Sony Play Station, vulgo SNES CD ou Nintendo PlayStation. O protótipo apareceu anos atrás e causou furor, já que até então ninguém sabia do paradeiro da peça criada para a parceria entre Big N e Sony. Só que as partes acabaram se desentendendo quanto ao licenciamento de software, a Nintendo foi brincar com a Philips e a Sony se virou, dando ao mundo o mitológico PlayStation original.
Se não lembra de nada disso, leia esse post. Ou melhor ainda, a história do PlayStation.
Pois se você é colecionador e sonha em ter o precioso na sua estante, chegou sua chance. O aparelho está sendo leiloado no site Heritage Auctions. Enquanto esse texto é escrito, o lance mínimo está em US$320 mil — ou seja, mais de R$1,3 milhão de reais.
De novo: QUASE UM MILHÃO E MEIO DE REAIS. E vai aumentar.
Tá, é um item único, tem um background histórico. Mas cara...
O SNES da Sony foi trabalhado por volta de 1992. Cerca de 200 unidades teriam sido produzidas, mas só essa apareceu, descoberta por acidente pelo executivo Terry Diebold — ao comprar restos de falência de uma empresa em que trabalhou Olaf Olafsson, ex-CEO da Sony Interactive Entertainment Inc., ele achou o bichão esquecido numa caixa.
Acredita-se que as outras unidades foram destruídas. Se for o caso, o preço até que faz sentido...
O protótipo, que roda cartuchos do Super Famicom e tem unidade de CD-ROM, funciona perfeitamente — exceto pelo fato de que não foram criados jogos em CD para ele, claro. Quando descoberto em 2009, o CD não funcionava; o modificador profissional Ben Heckendorn desmontou o aparelho em 2017 e reparou o drive de disco, que agora ao menos toca áudio.
"A pequena tela no topo do protótipo mostra ao usuário a faixa musical que está tocando no momento", explica a página de leilão, "permitindo que o usuário escute sua própria música enquanto joga um game baseado em cartucho ao mesmo tempo. Ele também tem porta para fone de ouvido e controle de volume independente na frente do console, à esquerda das duas portas para controles".
Os acessórios incluem um controle, cabo, fonte e um cartucho de boot: ele ativa o sistema que controla o disco, chamado de "Super Disc".
Vai subir?
O lance inicial foi de "apenas" US$31 mil; em pouco mais de 24 horas o lance foi multiplicado por dez. Como faltam 13 dias para o encerramento, só Deus sabe a quanto vai chegar. Diebold afirma que chegou a receber uma oferta de US$1,2 milhão vinda de um colecionador na Noruega, mas recusou. Parece que fez bem.
Que loucura, cara...
Atualização 03/2020: o lance vencedor, de US$360 mil (na cotação de hoje, R$1,7 milhão), foi do colecionador Greg McLemore. Com isso, superou a concorrência de outros colecionadores de elite, como Palmer Luckey, fundador da Oculus VR. "Quem são os outros malucos que estão dando lances contra mim?", reclamou Palmer no Twitter.
O pior é que, segundo alguns do meio de tecnologia (como byuu, designer dos emuladores higan e bsnes), o aparelho tem dados que não foram salvos, como os do microcontrolador da unidade de disco. E parece que o novo dono não tem muito interesse no assunto. "Quando os dados da EEPROM estiverem degradados (e já passou da vida média de funcionamento), a BIOS do SuperDisc não será mais carregada como foi feita para ser. Os dois jogos desenvolvidos por fãs e portados para o drive de CD não funcionarão mais nesse ponto, e nunca mais conseguiremos consertar isso, só criando algum hack para se aproximar da funcionalidade original", disse byuu.