Quando acaba a crise das placas de vídeo e CPUs? Não até 2023, diz CEO da Intel

Quando acaba a crise das placas de vídeo e componentes para computadores e videogames? É a pergunta que muita gente se faz há quase dois anos. Com a nova geração de consoles em circulação, gamers se viram com o sonho de upgrade adiado ou tremendamente encarecido.

A oferta baixa, somada à alta demanda por componentes, fez os preços irem às nuvens. Placas de vídeo são as grandes vilãs no salto de geração. Especialmente a tecnologia de ray tracing, presente no PlayStation 5 nos Xbox Series, só é acessível no PC nas RTX (fora um modo pouco eficiente nas GTX 1060 6GB e superiores) e RX 6800.

Mas "consolistas" também dançaram. Sony e Microsoft estão com a distribuição abaixo da demanda por seus aparelhos. E quem esperava um cenário melhor no ano que vem, com a vacinação de Covid-19 adiantada e o mercado mundial se normalizando, prepare-se: pode piorar.

RTX 3090 24 Gb
RTX 3090: o monstro de 24 GB é o sonho de muito jogador e minerador de criptomoeda. Difícil é pagar o preço e até mesmo achar uma.

Apesar da redução na venda de PCs (cresceu para trabalhadores remotos na pandemia), a normalidade está distante. Segundo Pat Gelsinger, CEO da Intel, a escassez de componentes não deve terminar em 2022.

"Estamos no pior momento, a cada trimestre do próximo ano ficaremos melhores, mas eles não terão equilíbrio entre oferta e demanda até 2023", disse o executivo em entrevista ao CNBC, falando sobre fornecedores na cadeia de suprimentos.

Usados

A crise duradoura é opinião quase uníssona. Recentemente, a CEO da AMD, Lisa Su, disse que problemas devem diminuir na segunda metade de 2022. Matt Murphy, CEO da fabricante de semicondutores Marvell Technology, foi mais pessimista: no começo do mês, previu dificuldades por todo o próximo ano.

Não foi só o topo da linha afetada. Preços de GPUs já antigas, como a GTX 1050 e a RX 570, dispararam de forma absurda. Um modelo que custava 600 reais há dois anos, hoje é encontrado – usado, claro – por mais de R$ 2 mil.

Quer um exemplo? A GTX 1060 3 GB, que mal serve para mineração. Em 2019, era comum vê-la por menos de mil reais. Até a metade de 2021, uma usada custava fácil mais de R$ 1500. E hoje é encontrada por mais de dois mil nos sites de usados. Há dois meses, vendi a minha por R$ 2100 (que peguei três meses antes por R$ 1600) e migrei para uma APU Ryzen. É a crise, amigos...

Longo túnel

Alguns analistas previam desde o ano passado que a produção se normalizaria na metade de 2022, seguida por uma saturação. Se acontecer, há potencial para um cenário inverso ao atual, ou seja: excesso de oferta. E excesso de oferta, já sabe: preços baixos.

Por enquanto, a palavra de ordem é esperar. Se gosta de jogar no PC e tem uma placa de vídeo, cuide bem da sua. A luz no fim do túnel existe, mas está distante.

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

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