Strider, lançado no Japão como Strider Hiryū (ストライダー飛竜), é um jogo de plataforma produzido pela Capcom, e portado para o Mega Drive em 1990. O original foi lançado no ano anterior, para o arcade com o hardware CP System.
A adaptação para Mega Drive é considerada a mais bem-sucedida, tendo conquistado os prêmios de Jogo do Ano e Melhores Gráficos da Electronic Gaming Monthly em 1990. A jogabilidade de Strider é citada como uma grande influência nas franquias de videogame Ninja Gaiden, Devil May Cry e God of War. Tornou-se um dos primeiros sucessos da Capcom, elogiado por sua jogabilidade inovadora, música diversa e única e samples de voz multilíngues.
Jogabilidade
Strider é um hack and slash em sidescroll. Os controles são formado por um joystick de oito direções e dois botões de ação para atacar e pular (botões A e C fazem a função de pulo, já que o arcade usava só dois botões). A principal arma é uma espada de plasma semelhante a uma tonfa, conhecida como “Cypher”.
Hiryu pode realizar movimentos acrobáticos; apertar o botão de salto enquanto Hiryu estiver parado ativa um um salto vertical regular, enquanto para os lados realizará um salto em espiral. Hiryu também pode deslizar por baixo ou através de certos obstáculos e inimigos, ao agachar-se e apertar o botão de salto. Hiryu é capaz de se pendurar em certas plataformas e escalar paredes e tetos usando um gancho metálico. Enquanto corre por uma superfície inclinada, Hiryu pode ganhar impulso para saltos mais longos.
Há diversos power-ups em caixas carregadas por certos inimigos. Entre eles, uma extensão do alcance de ataque de Hiryu, dois tipos de melhoria de saúde, uma extensão de saúde máxima, vida extra, e invencibilidade e aumento do ataque através de “sombras” por 15 segundos. Hiryu também pode convocar três opções de companheiros robóticos que o ajudam a combater inimigos.
O jogo tem cinco fases: a República Socialista Soviética do Cazaquistão (chamada “São Petersburgo” durante o modo de atração do arcade), o Deserto Siberiano, o Cruzador Aéreo Balrog, a Selva Amazônica e o covil do Grandmaster. Cada estágios é dividido em várias seções menores.
O jogador tem um medidor de saúde de três pontos (extensível até cinco pontos com os power-ups). Hiryu perde uma vida se o medidor for esgotado, caindo em fossos, ou se o cronômetro chegar a zero. O jogo oferece continues.
História e desenvolvimento
Anunciado em meados de maio de 1990, Strider para o Mega Drive foi apresentado pela primeira vez na Winter CES, no mês seguinte. Inicialmente avaliado como um cartucho de 6 megabit, acabou produzidos em cartuchos de 8 mega, sendo o primeiro com tal capacidade no console. Foi totalmente feito dentro da Sega, que manteve um aviso de copyright “reprogramado” na tela-título. Uma das principais diferenças foi a barra superior com uma cor de fundo, transparente no arcade.
A versão para arcade foi parte de um projeto em três partes, de colaboração entre Capcom e Hiroshi Motomiya com seu estúdio Moto Kikaku. O estúdio fez o mangá Hiryu Strider, publicado pela Kadokawa Shoten em 1988. A Capcom fez o jogo para arcade, no ano seguinte. O projeto ainda incluía uma versão para NES, que ficou mais próxima do roteiro do mangá, com Strider lutando contra ex-aliados Striders.
Kouichi Yotsui (creditado como Isuke) foi escolhido como diretor no arcade por sua experiência com a placa CPS durante o trabalho com backgrounds no jogo Ghouls ‘n Ghosts. Os três projetos correram independentes uns dos outros. Em entrevsita à revista Retrogamer edição 76, Yotsui revelou que a inspiração para Strider e sua habilidade de escalar veio de uma experiência pessoal: acidentalmente preso na cobertura do edifício da Capcom, temendo congelar, escalou a lateral do prédio até a escada de emergência.
A trilha sonora original foi totalmente composta por Junko Tamiya, que não foi creditada no arcade, mas mencionada como parte do time da versão original em algumas versões domésticas. No Mega Drive, há apenas um “agradecimento” ao staff da Capcom.
Ports foram lançados também para Amiga, Amstrad CPC, Atari ST, Commodore 64, DOS e ZX Spectrum.
Mudanças
Há várias diferenças entre as versões arcade e Mega Drive, sendo algumas:
- Um sistema de continue foi acrescentado no lugar do sistema de fichas. Hiryu tem um número limitado de continues na versão americana e europeia, enquanto na japonesa, é preciso usar um código para acessar o continue.
- O gameplay ficou mais lento, com perceptíveis slowdowns.
- Menos inimigos por tela.
- Mudanças no sistema de dificuldade, fases ligeiramente menos difíceis.
- Alguns objetos e inimigos têm energia e pontuação diferente.
- Alterações em checkpoints de algumas áreas.
- O primeiro chefe, Solo, ao contrário do arcade, não pode ser evitado, já que a tela não avança até que ele seja batido. O mesmo acontece com Strobaya.
- A extensão da Cypher não continua entre as fases, e tem alcance maior que no arcade.
- Caixas escondidas estão espalhadas pelas fases, incluindo pontos, saúde e vidas extras.
Recepção e legado
Strider marcou a estreia do personagem Hiryu, inspirado no mangá Strider Hiryu de 1988. A partir dali, ele se tornaria o protagonista da série e um dos personagens mais reconhecidos da Capcom.
De todas as versões, a do Mega Drive foi a mais bem-sucedida, aclamada mundialmente por sua fidelidade ao arcade. Na época do lançamento, a revista GamePro destacou seus gráficos, ação incessante e trilha sonora incomum, enquanto a Electronic Gaming Monthly concedeu ao título os prêmios de Melhor Jogo do Ano e Melhores Gráficos em 1990.
Mais tarde, Strider passou a figurar em diversas listas, incluindo a posição de nº 31 entre os melhores jogos de Mega Drive pela revista Mega (1992), o 42º melhor jogo de console de todos os tempos pela EGM (1997) e um dos títulos indispensáveis no livro 1001 Video Games You Must Play Before You Die. O jogo também foi nomeado pela ScrewAttack como o melhor título já lançado no Mega Drive, e entrou em rankings da Retro Gamer e da GamesRadar entre os maiores clássicos do console.
A crítica especializada destacou não apenas a jogabilidade, mas também a direção de arte, a animação impressionante e a atmosfera proporcionada pela trilha sonora. Segundo Darran Jones, da Retro Gamer, "tudo em Strider era épico", desde os cenários exóticos e o design distinto dos sprites até o clima único que o diferenciava de seus pares.
Legado
Strider se consolidou como uma das franquias mais populares da Capcom fora da linha de jogos de luta, sendo citada como influência para séries como Ninja Gaiden, Devil May Cry e God of War. Além disso, o título foi relançado em diferentes plataformas, como o Virtual Console do Wii entre 2011 e 2012.
Após o sucesso do original, Strider ganhou algumas continuações, embora nem todas sejam consideradas parte oficial da série. Em 1990, a U.S. Gold lançou Strider II (Journey from Darkness: Strider Returns na América do Norte), desenvolvido pela britânica Tiertex. O jogo saiu para computadores e consoles, mas não contou com envolvimento direto da Capcom e acabou recebendo recepção morna, sendo lembrado como uma continuação não canônica.
Quase uma década depois, a Capcom retomou a franquia com Strider 2 (1999), lançado para arcades e PlayStation. Diferente da versão ocidental anterior, este título foi pensado como a verdadeira sequência do original, preservando o estilo ágil de ação e trazendo Hiryu de volta em cenários futuristas. Mais recentemente, em 2014, a Capcom e a Double Helix lançaram um reboot da série para múltiplas plataformas, reimaginando o clássico de 1989 para uma nova geração de jogadores.
Enredo
No distópico ano 2048, um misterioso ditador conhecido como "Grandmaster Meio" governa o mundo. Hiryu, mais jovem membro do clã ninja "Striders" graduado como Super A Ranked, recebe a missão de assassinar o déspota. Hiryu começa sua missão infiltrando-se na capital do Grandmaster, no Cazaquistão Soviético, capital do Império Russo em 2048.
Imagens
Ficha técnica
- Desenvolvimento
- Sega
- Jogadores
- 1 (single-player)
- Estilo
- Hack 'n' slash, Action
- Personagens
- Strider Hiryu