Está rolando uma campanha pelo retorno do Phantom System, console 8-bit de sucesso no Brasil na década de 90. Há uma crescente adesão de youtubers e influenciadores digitais, através da hashtag #voltaphantomsystem em redes sociais.
O idealizador, Bruno Barreira, é autor de um abaixo-assinado online direcionado à Gradiente, empresa que produzia o aparelho. A marca voltou à ativa no Polo Industrial de Manaus ano passado, após recuperação judicial em maio.
O documento, que na publicação deste artigo conta com quase 400 assinaturas, pode ser acessado neste link. O texto de apresentação afirma:
A campanha conta também com um perfil dedicado no Instagram. O perfil oficial da Gradiente tem interagido com as publicações.
Novidades. Além do apelo nostálgico, o texto sugere configurações atualizadas para o console. Entre elas:
- Saída de vídeo HDMI; o console clássico contava com entradas para antena analógica e cabos de áudio e vídeo.
- Controles com conexão USB visando compatibilidade com computadores.
- Entrada de cartões SD, o que possibilitaria rodar jogos por emulação.
Legalidade?
A empreitada deixa uma interrogação quanto às licenças. Quando lançado, o Brasil estava sob reserva de mercado, a chamada "Política Nacional de Informática". Assinada em 1984 por João Figueiredo, a lei visava "a capacitação nacional nas atividades de informática" através da pesquisa e desenvolvimento dentro do país.
O efeito negativo é que produtos do segmento — games incluídos — não podiam ser importados: tudo tinha que ser, no mínimo, montado em território nacional. Foi a largada para a invasão dos clones do Atari 2600, até a nacionalização através da Polyvox.
O Phantom System veio em tal contexto em 1989. Seu design era similar ao do Atari 7800, que preparavam-se para produzir oficialmente. Mas o NES já era fenômeno no Japão e Estados Unidos, por isso desistiram na última hora da Atari para copiar o hardware da Nintendo. O projeto do 7800, avançado, foi reaproveitado, daí a semelhança visual. O controle imitava o do Mega Drive, mas com um botão de turbo.
Saiba mais em nosso artigo sobre a história do NES.
Numa época em praticamente só contávamos com clones de 2600, caiu como uma luva. Foi um grande sucesso, até perecer diante da presença oficial da Sega no Brasil com o Master System da Tectoy.
Com participação de Bruno Barreira.