Tem momentos em que a gente quer sair detonando tudo, tipo cachorro louco, matando os bonequinhos virtuais, acabando com os prédios... Nem todo game te dá a chance de fazer o papel de vilão, mas se você se diverte com o lado negro da força, em Rampage o objetivo é esse: causar o caos total nas maiores cidades da América do Norte.
Nascido nos arcades em 1986, o jogo da Bally Midway foi lançado em quase todas as máquinas imagináveis nos velhos tempos e muitos anos depois ganhou vida nova nos consoles modernos (já não tão modernos) como GameCube e PlayStation 2.
Mas aqui vamos lembrar uma das mais antigas e simples: a do NES, produzida pela Data East, foi a primeira, e ocasionalmente única, de muita gente, porque é fraquinho...
Solte suas feras
Assumindo o papel de um cara (George) ou garota (Lizzie) mutantes, eles se transformam em monstros de proporções godzillianas e saem destruindo geral. Cada fase acontece numa região dos EUA e algumas do Canadá, e o objetivo é derrubar todos os prédios enquanto evita ataques dos militares que tentam colocar ordem na zona. George se transforma num tipo de macaco gigante bem parecido com o King Kong, enquanto Lizzie vira uma lagartona tipo Godzilla. Outras versões têm um terceiro personagem, Ralph (lobisomem gigante), mas ele foi tesourado no NES.
Para derrubar os prédios, você (sozinho ou com um amigo ajudando / competindo) deve escalá-los e socar a estrutura até que caiam. Quando isso acontecer, saia de cima ou desgrude dele para não cair junto. Nas janelas aparecem atiradores e civis, e como parte da sua monstruosidade está comer as pessoas — basta atacá-las quando elas saírem nas janelas. Pessoas que andam pela rua também podem ser comidas, além de um coitado que às vezes passa num barquinho.
Mas não se engane pensando que tudo se resumo a ficar lanchando os humanos: além de atiradores, há também helicópteros, carros militares incluindo tanques, além de outros inimigos como fotógrafos que aparecem nas janelas e desorientam os monstros com os flashes.
Quando bater nas janelas, às vezes aparecerão itens como frangos (que são maiores que as pessoas, mas tudo bem), hambúrgueres e outros quitutes — incluindo as pessoas, claro — mas alguns vão prejudicar seu monstro, tipo comida envenenada, banheiras, privadas, cactos, equipamentos elétricos (lâmpadas e neons), etc.
Quando aparecer um item "intragável", não o coma, ou o monstro perde energia e cospe. Se aparecer uma pessoa acenando na janela (um carinha ou uma mulher), acerte-a e ela cairá na rua; corra atrás e devore-a sem dó para ganhar uma boa quantidade de pontos e energia. Pegue também os cifrões para ganhar mais pontos.
Apesar do instinto de destruição falar mais alto e bater aquele vontade incontrolável de ir apertando o botão de ataque como louco, isso vai fazer o monstro engolir muita tranqueira pois elas aparecem de repente. Às vezes surgem mulheres numa banheira; se o monstro comê-la e em seguida a banheira (o que pode acontecer se apertar o botão muito depressa), você perde energia. É preciso socar o prédio com alguma calma, abrindo as paredes para ver o que aparece.
Em todas as fases passa também um soldado no chão com um carrinho cheio de bombas: evite comê-lo quando estiver carregado. A bomba deixada vai explodir na base do prédio, derrubando-o. Os inimigos voadores e terrestres são os mais perigosos. Helicópteros ficam o tempo todo bombardeando os monstros e em algumas fases aparece um com mísseis que o derruba se estiver pendurado nas paredes.
No chão, os mais complicados são o tanque e um carro oficial, que atiram e derrubam também. Se você ficar cercado no canto da tela, nem adianta tentar partir pra cima: eles vão fuzilá-lo até que o monstro seja empurrado para o canto, saindo do outro lado, tipo teletransporte... Ou até acabar sua energia, quando o monstro encolhe e vira gente de novo.
Usando a inteligência é possível derrubar prédios bem depressa (quanto mais demorar, mais fogo leva): quando estiverem próximos uns dos outros, você pode subir em um central e de lá socar os vizinhos, poupando escaladas. Além de tiros, também perde-se energia quando come tranqueiras e se ficar muito tempo dentro da água - a energia reduz aos poucos enquanto estiver mergulhado.
Tem ainda as tradicionais fases de bônus, em que basta escalar e detonar um prédio para achar algum item escondido — são os Search Bonus. Esses prédios, ao contrário dos normais que caem quando um lado fica muito destruído, só entram em colapso se você detoná-lo inteiro, mas normalmente o item aparece bem antes disso.
Começando no 1 e indo até o 128, cada dia corresponde à destruição de uma cidade ou parte dela. Começando em San Jose, Califórnia, você segue seu tour de oeste para leste, até chegar de novo à Califórnia, contando com uma paradinha destrutiva no Havaí. Apesar de passar por tantas cidades, os cenários são repetitivos: sempre com um céu azul escuro cheio de silhuetas de edifícios, com aqueles que você pode derrubar mais à frente, coloridos e sempre os mesmos, como bancos, hotéis... Fora os prédios, não há muita interação com o cenário, exceto alguns neons que se socados, dão choque. O chão muda um pouco, às vezes com pontes e água, ou linhas de trem e ruas. Trens, carros, tanques, pedestres: tudo que passa no chão pode ser atingido ou comido.
Os sons são simples, incluindo a chatíssima música que acompanha as fases; são poucos efeitos, mas eficientes — quando ouvir um barulho parecido com bomba caindo, olhe pra cima; ao ouvir o barulho de tanque, suba no prédio mais próximo depressa.
A movimentação é bem feita, tornando o game fácil de jogar. O monstro se move nas quatro direções, pula, olha pra cima, soca nas quatro direções, soca no ar... uma boa variedade que permite acertar inimigos em qualquer lugar.
Conclusão
Rampage é um jogo simples, que pode prender por algum tempo — pelo menos 128 dias virtuais, cerca de uma hora de jogo — já que depois de acabar com o país seu monstro começa o caminho de novo, para mais uma rodada de detonação. Tecnicamente é uma das versões mais pobres, inferior a do concorrente direto Master System, o que não chega a causar grande impacto na simplíssima ação.
Com vidas infinitas (só ficar apertando B sem parar quando seu monstro virar gente até ele crescer de novo) ele cai no gosto de quem não quer muito envolvimento ou preocupação em poupar o personagem, ter estratégias... Só botar a "fúria animal" pra fora.
Mas o provável é que você enjoe depois de vários minutos fazendo a mesma coisa e vendo sempre os mesmos gráficos. É tudo muito repetido. Talvez caísse bem hoje em dia como um desses games casuais para celular, pra jogar enquanto espera o metrô, ou está na sala de espera do dentista.
Jogando em dois fica mais comédia, pois apesar de colaborarem no objetivo, eles podem se bater ao estilo "monstro japonês se engalfinhando" e até comer um ao outro (OPA!); quem voltar à forma humana perto do rival corre o risco de virar petisco.
Eu tive a versão para Master System, cujos gráficos eram melhores.
Recomendo assistir ao filme baseado no jogo, é bem legal.
Bons tempos!!!! para falar a verdade joguei pouco o game!!!! lembro que o Neo Geo tinha o jogo King of the Monsters!!!! Vi o filme e voltei a jogar esse clássico!!!! valeu galera!!!!