A imaginação de Walt Disney - e dos talentosos parceiros que o ajudaram a construir seu império - nos presenteou com um monte de personagens, um universo mágico que enriqueceu nossa infância. Lembrar de Clube do Mickey, das aventuras solo do Pato Donald ou Pateta nos desenhos matinais dos anos 80 são pura nostalgia para nós na casa dos 30 (ou mais).
Felizmente tivemos a chance de controlar esses personagens a partir dos 8-bit. Castle of Illusion e Duck Tales são dois clássicos que me vêm à mente agora, no Master System e NES. O jogaço com Mickey também saiu no Mega Drive (que teve o bom Fantasia pouco antes), e cerca de 1 ano depois, no final de 1991, foi a vez do pato rouco e nervosinho com QuackShot - Starring Donald Duck.
Típico game da sua época, com plataformas e ação lateral, QuackShot é 100% indicado ao público infantil, com gráficos coloridos e bem feitos, som divertido na medida e total ausência de violência - as armas letais são prosaicos desentupidores, pipoca e chicletes. Boa parte da turma Disney participa, como Margarida, Prof. Pardal, os sobrinhos e João Bafo-de-Onça.
Só não se engane pensando que games Disney = game só pra criança. QuackShot é a prova de que marmanjo também pode jogar e encontrar variedade de gameplay, diversão e até algum desafio.
Donald, o Indiana Pato
A história gira em torno de um mapa que o sempre falido Pato Donald encontra ao acaso, enquanto fuçava na biblioteca do Tio Patinhas. Ele decide partir em busca do grande tesouro do Rei Garuzia, antepassado dos patos. Donald tem ajuda dos sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luizinho para pilotar um avião e levá-lo na aventura, que pode culminar na realização do sonho de ser tão rico quanto o tio - ou até mais.
O que ele não sabe é que o sempre vilão Bafo-de-Onça estava à espreita e vai persegui-lo, tentando colocar as mãos na bolada primeiro.
É o mote para levar o pato por várias fases, que começam na cidade de Duckburg (a nossa famosa Patópolis), passando por ruínas no México, castelos assombrados na Transilvânia e até o Polo Sul. Para viajar entre os pontos, Donald usa o o mapa e chama o avião dos sobrinhos via rádio - basta chegar ao ponto de checagem da fase e usar o menu.
Uma nota sobre isso: como o Mega Drive ainda tinha o controle de 3 botões como padrão, funções simples como troca de armas acabaram nesse menu acessado ao pausar. Seria interessante trocar de armas usando os botões X, Y e Z, mas enfim, era outro tempo.
A arma inicial é um inocente desentupidor amarelo, que arremessado contra os inimigos, fica colado por alguns segundos impedindo seus movimentos. Os desentupidores ficam cada vez mais importantes, já que versões "atualizadas" obtidas mais tarde permitem usá-los como degrau ou pendurar-se em inimigos voadores. Armas de pipoca e bolas de chiclete são coletados e têm uso contado (ao contrário dos "plungers").
As fases não são lineares, ou seja, pode-se ir de avião de uma a outra depois de reveladas. Claro que há uma ordem ideal para chegar ao final. Elas dividem-se também em duas partes distintas, geralmente sendo uma de ação lateral, e outra em estilo labirinto, com muitas plataformas ou portas, como no Palácio do Marajá, na Índia.
Todas são muito bem desenhadas. Algumas são especialmente caprichadas, como o interior do palácio, com padrões bonitos de portais, e a Transilvânia com suas cores noturnas. Muito bonito mesmo. Coloridos, com sprites detalhados e o padrão de qualidade que se espera de um produto com assinatura Disney.
A movimentação é agradável, apesar de certa limitação de quadros em alguns inimigos. É fácil lembrar das animações Disney enquanto jogamos QuackShot, com ações típicas como o ataque que Donald tem ao coletar pimentas - sai num chilique insano, agitando os braços exatamente como faria nos quadrinhos e desenhos ao ser muito provocado.
O mesmo não se pode dizer dos controles, que causam certa frustração. Donald tem um salto curtinho e lento, e anda um tanto devagar; talvez a intenção fosse "cadenciar" a ação, deixá-la na medida para os pequenos jogadores, mas em certos momentos isso piora, como ao tentar alcançar plataformas ou subir ladeiras. A resposta do personagem aos comandos parece lenta ao realizar saltos em sequência, por exemplo. Não chega a ser desesperador, mas não posso deixar de pensar como seria bom ter um controle mais ágil.
A música varia de memorável em algumas fases a "som de fundo" em outras. Difícil alguém não lembrar ou sair assobiando as trilhas de Patópolis e do México após as primeiras jogadas, enquanto a fase do Polo Sul e do castelo assombrado tem músicas no máximo comuns, feitas só pra se encaixar no clima da fase. Os efeitos são simples e óbvios, mas funcionais, e faz realmente falta um pouco mais de vozes: a única vez em que ouvimos um "quack" é durante o ataque de Donald.
A dificuldade não é das maiores. Talvez o iniciante sofra um pouco no começo, mas com um pouco de prática você termina o game tranquilo. Os chefes obedecem a um padrão; basta aprender a sequência de movimentos e todos serão alvo fácil. Dois pontos, porém, valorizam o gameplay: a existência de estratégia necessária para abrir portas ou vencer labirintos, e a variedade de ações.
Exemplos: depois de passar por toda a fase, você descobre uma porta lacrada que precisa da chave, que está em outro continente. O castelo na Índia pode deixá-lo louco no começo, com sua sequência de portas que levam ao mesmo lugar. Donald não vai só saltar e atirar, mas também andar em roldanas pelos fios de Patópolis, correr em carrinhos numa mina, voar agarrado ao inimigo sobre um abismo, subir escadas.
São muitos personagens, inimigos ou amigos, e situações que enriquecem a experiência de jogar. Entre os que ajudam estão o Prof. Pardal com seu Lampadinha e Pateta; os inimigos são fantasmas, espíritos de fogo, pinguins sacanas e morcegos; entre os chefes, Bafo-de-Onça, o vampiro Conde Drácula (ou seria "Pátula"?), um tigre mágico, até chegar ao guardião do tesouro, o desafio final.
Conclusão
QuackShot tem pequenas falhas que, sugiro, devem ser ignoradas pelo jogador atual, já que é um título bem antigo do Mega Drive. É injusto fazer comparações com games de 1994 ou 1995. Se não conseguiu explorar nem de longe a capacidade total da máquina, por outro lado foi um trabalho bem feito, com atmosfera incrivelmente fiel às animações da Disney.
Seria mais fácil imaginar o curioso e esperto Mickey numa aventura dessa, e não o pato trapalhão, mas um Donald com todas as gritantes referências a Indiana Jones revelou-se ideia ótima e cheia de coisas para explorar, com aquele toque cômico que só ele tem. Mesmo com décadas nas costas, QuackShot continua sendo uma beleza visualmente, e não decepciona crianças, especialmente as ainda não "infectadas" com a ideia bobagenta de que só 3D é legal. Se tiver um Mega Drive por aí, faça o teste com seu sobrinho ou filho pequeno, tenho certeza que o pequeno não vai largar mais o controle.
Só não vá se empolgar e deixar a criança assistindo você jogar - é bem provável que você não queira mais parar depois de começar.
Eu jogava QuackShot na casa de um amigo que tinha Mega Drive, já que eu tinha Super Nintendo. Quando finalmente comprei meu Mega Drive, em 2017, já comprei junto o QuackShot. Amo esse jogo e volta e meia jogo outra vez. Pra mim é perfeito.
O jogo é show mesmo... Tambem gostei do outro. o Cold Shadow.
Bons tempos!!!! Bons gráficos, boa jogabilidade e um dos melhores em termos de aventura pitfal da vida!!!! Jogo aparenta ser fácil e existem momentos difíceis para qualquer um ter preguiça de começar de novo!!!! Recomendo...com o tempo vc pega as manha do jogo e detona legal!!!!
nota B ?
NOTA B ?
Não.. que absurdo.... não..........
=/
QuackShot é muito bom, cara... um dos melhores jogos infantis do Mega tranquilo.