Samurai Shodown (🇯🇵 Samurai Spirits) é um jogo de luta da SNK, lançado em 1993 para o Neo-Geo nas versões arcade e console. Inovou pela jogabilidade, baseada em armas brancas e alguns lutadores também com animais.
É ambientado no Japão, em 1788. Apesar de usar referências a pessoas e fatos reais, tem um enredo solto, com elementos de épocas diversas. Ganhou diversos prêmios e seu sucesso levou à produção de versões e sequências, sendo uma das franquias mais reconhecidas da empresa.
Jogabilidade
A principal característica de Samurai Shodown é o sistema de batalha. A configuração original do Neo-Geo, com 4 botões, permitiu um ataque fraco e um médio com espada ou chutes. Dois botões juntos resultam num golpe forte.
O jogador deve escolher a hora de aplicar golpes fortes, pois apesar de tirar mais energia do oponente, são lentos, deixando um período de guarda aberta. O personagem pode correr ou recuar rápido, com dois toques na mesma direção.
O ritmo é acelerado, e golpes bem encaixados têm mais importância do que combos ou especiais. Durante a luta, há um juiz ao fundo, sinalizando golpes com bandeiras branca e vermelha. Os cenários são cheios de animação, e há partes interativas, cortadas ao receber golpes. Há também personagens que interferem na batalha (segundo descrição da SNK, o "Edo Express Delivery"), atirando bombas ou soltando itens como frangos e caixas de dinheiro.
Quando o botão de espada é pressionado com os lutadores próximos, eles entram num modo de "disputa de força". Deve-se apertar repetidamente o botão, e quem perder é desarmado — mas a arma fica no chão, podendo ser recuperada.
Há também uma barra de raiva (ikari ou 怒) na parte inferior da tela, que enche enquanto o lutador recebe golpes. Quando cheia, ocorre a "explosão de raiva": o personagem muda de cor, surge o texto POW em destaque, e seus golpes ficam mais fortes.
O sistema de zoom é similar ao usado em Art of Fighting, de 1992, mas melhorado, com transições mais suaves. Ele permite ver todo o cenário quando os lutadores se afastam, e fecha nos personagens quando se aproximam.
História e desenvolvimento
O time de programação de Samurai Shodown consistia de uma combinação de veteranos da SNK com ex-funcionários da Capcom. O produtor-executivo foi Eikishi Kawasaki, enquanto a produção é creditada ao codinome "Rocket Queen".
Há um alto nível de violência, com sangue e mortes. Inimigos atingidos por um golpe forte final podem ser cortados ao meio ou perfurados, jorrando sangue – cenas de efeito amplificado pelos gritos realistas. Quando ocorre a fatalidade, a cena intermediária entre as lutas mostra o cadáver sendo removido da arena entre palhas.
Houve grande cuidado na ambientação, fiel ao fim do Japão feudal – ou ao que o imaginário popular espera de tal cenário. O som tem grande importância, com instrumentos tradicionais como o shakuhachi e o shamisen, e narração em japonês do ator Masaki Usui. Para enfatizar a dramaticidade, golpes fortes ativam um instante de câmera lenta, mais perceptível no golpe final da luta.
Vários personagens têm relação com algum real. O principal antagonista, Amakusa, é inspirado em Amakusa Shirō, líder da Revolta de Shimabara, um levante de japoneses católicos contra o Xogunato Tokugawa ocorrido entre 1637 e 1638. Tal como sua versão fictícia, ele foi morto por oficiais do xogunato — e segundo a lenda, teria prometido voltar em 100 anos para se vingar.
Haohmaru foi vagamente inspirado em Miyamoto Musashi, lendário samurai que jamais perdeu uma batalha. Ukyo foi desenhado a partir de Sasaki Kojirō, espadachim que foi o mais reconhecido rival de Musashi (e nas mãos de quem morreu num duelo em 1612). Hanzo foi inspirado no ninja de mesmo nome, que viveu no Japão entre 1541 e 1596.
O enredo não é atrelado a datas dos fatos históricos, embora os use. Há personagens de épocas diversas, numa forma de liberdade criativa.
Recepção e legado
Samurai Shodown conseguiu grande sucesso mesmo competindo com franquias consagradas como Street Fighter e Mortal Kombat. Recebeu prêmios como "Melhor Game do Ano de 1993" e "Melhor Game de Luta do Ano de 1993" das revistas Gamest e EGM.
O sucesso levou à produção de diversos ports e sequências. Entre 1993 e 1995, foram lançadas versões para consoles como Mega Drive, Super Nintendo, 3DO, Sega CD e Game Gear. Quase todas foram feitas pela Takara, com exceção do 3DO (Crystal Dynamics) e Sega CD (Funcom). Elas sofreram diferentes níveis de censura, incluindo a remoção das fatalidades e descoloração do sangue.
Como quase nenhum videogame se aproximava do poder gráfico do Neo-Geo, houve também cortes técnicos. Os mais comuns foram a eliminação do zoom e de Earthquake, personagem que ocupa quase toda a tela. As mais fiéis foram as do 3DO e PlayStation – lançada em 1998 como parte do pacote Samurai Spirits Kenkaku Shinan.
A versão doméstica (Neo-Geo AES) teve a remoção da animação de morte e da cor dos jatos de sangue. Referências à morte do rival também foram editadas nas cenas intermediárias e diálogos após as lutas. Isso causou insatisfação de alguns clientes, já que uma das premissas do Neo-Geo era a fidelidade entre AES e MVS (arcade). Os cortes vieram num momento de discussão pública sobre a crescente violência nos videogames.
O jogo foi relançado em 2007 pelo Virtual Console no Wii, e na coletânea SNK Arcade Classics Vol. 1, também para PlayStation 2 e PSP.
Enredo
Momentos antes da ser executado pelas forças do Xogunato Tokugawa, Shiro Tokisada Amakusa jura se vingar. Ele faz um pacto com o demônio Ambrosia e volta usando o corpo de Shinzo, filho do ninja Hanzo Hattori, para cumprir sua promessa. Guerreiros de várias partes do Japão aparecem para combatê-lo ou tirar vantagem do momento de instabilidade.
Enredo segundo o site oficial:
"Pragas de origem desconhecida, estranhos fenômenos, repetidos estouros de guerra: foi o bastante para causar pânico e jogar a população ao desespero.
Mas alguém sorria observando o desdobrar do caos que despedaçava o mundo. Para este "homem", um dia massacrado pelas forças do Xogunato Tokugawa, o ódio é tudo que ele possui – além de seus novos poderes das trevas.
Este "homem", Tokisada Amakusa, liberou suas forças do além e espalhou uma falsa religião na tentativa de guiar o mundo à ruína.
Mas em meio a tais calamidades, ainda havia guerreiros que colocariam suas crenças à prova. Estes guerreiros com diferentes motivações e crenças, convergem como se estivessem unidos pela batalha, fazendo o caminho até a fonte do caos".
Trilha Sonora
A trilha sonora de Samurai Shodown foi lançada no Japão em CD pela Pony Canyon. Além das músicas do jogo, o disco de 46 faixas também traz as vozes dos personagens.
- Stillness and Motion Stillness and Motion • Tate Norio
- Stillness and Motion - Short • Tate Norio
- Twelve Warriors • Tate Norio
- Whereabouts • Tate Norio
- Song of Men - Sun • Tate Norio
- Song of Men - Moon • Tate Norio
- Wild Strike I • Tate Norio
- Bamboo Thicket • Tate Norio
- Shadow • Tate Norio
- Bad Omen • Tate Norio
- Tuna • Tate Norio
- Nature's Banquet • Tate Norio
- Concentration • Tate Norio
- Foreign Woman • Tate Norio
- Foreigner • Tate Norio
- Demon • Tate Norio
- Magatama • Tate Norio
- Earth • Tate Norio
- King Tiger • Tate Norio
- Victorious Battle • Tate Norio
- Wild Strike II • Tate Norio
- Heartbeat • Tate Norio
- Flames • Tate Norio
- Darkness • Tate Norio
- Scream • Tate Norio
- Peace • Tate Norio
- Revolutionary Woman • Tate Norio
- The Festival Performed • Tate Norio
- Call for an Encore ~ Performance End • Tate Norio
Imagens
Ficha técnica
- Desenvolvimento
- SNK
- Produção
- Eikichi Kawasaki
- Jogadores
- 2 (single-player, multi-player)
- Estilo
- Fighting
- Elenco
- Masaki Usui
- Personagens
- Haohmaru, Gen-An, Charlotte, Ukyo Tachibana, Hanzo Hattori, Jubei Yagyu, Galford, Earthquake, Wan-Fu, Tam Tam, Nakoruru, Kyoshiro Senryo, Shiro Tokisada Amakusa
Lançamentos
Veja também a página da franquia Samurai ShodownNeo-Geo
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A versão japonesa do neo geo aes não tinha censura nenhuma.eu tive o cartucho e era identica a versão mvs.um abraço
Sim, tinha censura na versão world, como ali a imagem do sangue substituído pelo líquido branco. No sistema japonês o sangue continuou vermelho como no arcade - senão, só com bios modificada.