Qual o melhor controle #2: Nintendo 64, Playstation ou Saturn

Encerrada, veja resultado no final!

Voltamos com a disputa virtual que ficou um bom tempo parada, mas agora vai com ajuda de vocês: queremos saber qual o melhor controle de todos os tempos das gerações passadas.

Na enquete anterior, o MK-1653 (vulgo 6B do Mega Drive) deu uma sova avassaladora no SNS-005 (controle do Super Nintendo): o resultado apontou quase 70 x 30 em favor do excelente gamepad de seis botões da Sega. Pra mim foi surpresa, não a vitória, mas a folga na dianteira. Cadê os fãs da Nintendo? Também preferiram o 6B?

Atualização: como foi a primeira enquete e teve poucos votos, resolvi reabrir. Siga o link anterior e vote, ou ali na barra lateral do site.

A fórmula de disputa é simples: controles de uma mesma geração (dois ou mais) são alinhados em enquetes, e os vencedores se classificam para a fase final. Os segundos colocados vão mais tarde para uma repescagem. Cada enquete só termina quando tiver, no mínimo, 100 votos.

Os duelistas nessa rodada vêm da 5ª geração: Nintendo 64, PlayStation e Saturn.

Nintendo 64

controle do Nintendo 64
O NUS-005 é esquisitão, mas muito engenhoso e rico em opções. Foto: Ewan Bellamy

A Nintendo foi conservadora em relação a armazenamento no seu aguardado Nintendo 64, de 1996, mas no quesito design de controle, chutou a tradição. De tão complexo, diz-se que ele nem pôde ser desenhado no computador; os primeiros mock-ups (esboços) foram modelados em barro.

Do barro ao ABS, um longo caminho, com equipes de teste esculpindo o dispositivo em busca da melhor exploração dos mundos 3D. Super Mario 64 teve papel importante: segundo o programador Giles Goddard, o grande Miyamoto baseou-se no que o controle podia oferecer enquanto desenvolvia a jogabilidade. Eles meio que cresceram juntos, um para o outro.

O resultado foi um dos controles mais ricos já feitos. O NUS-005 é esquisitão, mas funciona. Com o analógico na perna central da letra M de sua estrutura, pode ser empunhado de várias formas, cada uma oferecendo uma nova experiência.

  • Com as pernas central e esquerda, temos um direcional, um analógico, um botão de ombro e um gatilho.
  • Com a central e a perna direita, ficamos com o analógico, os seis botões de superfície, um de ombro e o gatilho.
  • Já com as duas pernas externas, a formação mais clássica, com o D-pad padrão e os botões de ação.

Controle do Nintendo 64 - parte inferiorMuita gente contestou a impossibilidade de alcançar todos os botões ao mesmo tempo (dependendo da posição, no mínimo 1 fica fora de alcance), mas não foi por acidente. Lance Barr, designer da Nintendo, explicou que estudos mostravam que a maioria dos games funcionava com só alguns botões, por isso A e B são maiores. Não era necessário ter todos acessíveis o tempo todo.

E ele ainda veio com a conexão de cartuchos de memória, transfer packs e o "inovador" rumble pack; já existiam controles com resposta táctil há décadas, mas foi o primeiro em consoles e virou padrão da indústria.

Nem tudo era perfeito, lógico. O pack usando pilhas e deixando o kit um tanto mais pesado — incômodo em jogatinas longas — e a fragilidade do analógico, destruído no Mario Party e estropiando a palma da sua mão junto (uso jamais recomendado pela Nintendo, diga-se de passagem). Mas na média, fica entre os melhores já feitos.

PlayStation

 SCPH-1080
O pequeno notável, com os ícones de botão que virariam assinatura da Sony.

Se a Nintendo inovou, a quilômetros dali, na sede da Sony, o designer Teiyu Goto inspirou-se na própria Nintendo ao planejar o SCPH-1010, controle que acompanharia o PlayStation, de 1994. O desenho tem perceptível DNA do SNES, com os mesmos 4 botões de superfície e botões de ombro. Mas nem tudo igual: L e R vieram com pares, ficando L1, L2 na esquerda, e R1, R2 na direita. Em vez de YBXA, Goto inventou de usar um triângulo verde, um círculo vermelho, um X azul e um quadrado rosa.

O que significam os símbolos do PlayStation? Ele explicou mais tarde que bola e X foram pensados como ícones para "sim" e "não", o triângulo representando um ponto de visão, e o quadrado como um papel, para menus. A Sony concluiu que com a nova geração de jogos 3D, a antiga nomenclatura não parecia tão intuitiva quanto os símbolos.

Como dedos indicadores e médios estariam ocupados, restavam as palmas das mãos e polegares para segurá-lo, então as pernas cresceram para dar essa firmeza. A mais controversa característica é o direcional, com botões "independentes", mas que no fundo não difere tanto de outros.

Em 1997, veio a atualização SCPH-1200, o Dual Shock, com seus dois analógicos e motores de vibração internos, sem as pilhas exigidas no Rumble Pack da Nintendo. Houve grande apoio das softhouses, e lançados games compatíveis com esses recursos. De forma geral, ele foi pouco modificado em versões futuras do PlayStation, prova da aceitação e qualidade do design original.

Saturn

controle saturn japones
Os controles do Saturn seguiam o esquema de cores do console: no Japão, disponíveis em branco, cinza, preto (da Hitachi) e transparentes ("Skeleton").

Apesar de ser o saco de pancada da geração, o Saturn teve um ótimo controle. O japonês, HSS-0101, compacto e curvilíneo, é uma evolução do quase perfeito 6B do Mega Drive, com os mesmos 6 botões de superfície em linha, e diferenças de tamanho e concavidade entre os botões da linha superior e inferior. Além deles, botões de ombro L e R, já consagrados. Nada do semi-inútil select que outras companhias adoravam: só o start ovalado e claro, o direcional manjado da Sega, com diagonais em vez de uma simples cruz.

Muito confortável, mas simples demais para alguns, já que a única mudança foi a adição dos top buttons. Ao contrário dos colegas, ele não trouxe por padrão nenhum botão inovador, como o gatilho do Nintendo 64 os os duplos botões de ombro do PlayStation. Isso não o impediu de ser excelente, com um d-pad visivelmente inspirado no modelo do Mega Drive, e design de ergonomia total. De tão bom, continua bastante procurado até hoje na versão USB, para uso no PC.

Saturn controle ocidentalQuando veio para o Ocidente, resolveram bombá-lo no tamanho, colocando uma concavidade no centro do direcional — que até hoje não descobri se mais atrapalhava, ajudava ou era insignificante. O MK-80100 cresceu, supostamente para "melhor acomodar mãos ocidentais", segundo sugestão do SegaRetro. Era tão pequeno assim que atrapalharia?

Assim como o Nintendo 64, o Saturn teve versões coloridas, então controles brancos, cinza, preto e transparentes circularam, mas nenhum oficial com recursos como vibração ou alavancas analógicas, exceto modelos singulares como o HSS-0137, o "controle de NiGHTS".

Qual o melhor?

Agora que você relembrou detalhes de cada controle, participe da votação. Como o Saturn teve controles oficiais bem distintos no ocidente e oriente, ambos podem ser votados e serão contados de forma individual. Já o Dual Shock do PSX ficou fora porque é uma atualização: o oficial é mesmo o SCHP-1010.

O resultado será publicado aqui. Participe!

Atualização: resultado final

Enfim, 11 meses depois chegamos à meta de votos pra fechar a enquete. O resultado não surpreendeu muito dessa vez:

Vencedor: PlayStation (SCPH-1010) - 49%
2º: Nintendo 64 (NUS-005) - 23%
3º Saturn (modelo japonês) - 16%
4º Saturn (modelo americano) - 12%

Mesmo somando os votos dos dois modelos do Saturn (28%), não seria o bastante para derrubar o SCPH-1010 do trono, logo a vitória é incontestável.

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

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