Shaq Fu: A Legend Reborn será lançado em junho

Em 2014 já falávamos dele. Financiado via Indiegogo, o retorno de Shaquille O'Neal aos videogames parecia certa. Mas para Shaq Fu nada é fácil, e A Legend Reborn passou por vários problemas. Finalmente, após uma jornada de quase 4 anos, o jogo chega em junho para PS4, Xbox One, Switch e PC.

Fiel relato do ditado "tão ruim que é bom", Shaq Fu chocou o mundo em 1994. Negativamente. Produzido pela Delphine Software e distribuído pela EA para Mega Drive e SNES, o fighting pecava em quase tudo. Controles, movimentação, design, som: ruindade proporcional ao tamanho de O'Neal com seus 2,16m. Ganhou um estranho status de clássico cult, incluindo um site que se propunha a destruir todas os cartuchos.

Segundo os desenvolvedores, a história será outra com A Legend Reborn. "Há apenas duas semelhanças entre nosso Shaq Fu, e a abominação que nasceu nos anos 90: o nome e o personagem principal", disse a Big Deez na página do projeto. "Queremos fazer um jogo que chutaria traseiros mesmo sem Shaq. Como personagem principal, porém, Shaq realmente quer fazer parte disso e adoramos que ele esteja a bordo".

O'Neal falou ao GameSpot sobre o trabalho e suas expectativas.

Ele explicou que jogou videogames no tempo do colégio, e a a tecnologia era simples. Foi baseado nela que, quando entrou na NBA, uma empresa de games se aproximou. "Todos estariam jogando naquele estilo 2D, mas havia uma palavra que eu não havia previsto ou ouvido: digital. Acho que em 1994 ou 1995 foi o nascimento da era digital, com melhores gráficos, cores. Então, meu jogo ficou meio perdido na confusão".

As críticas foram impiedosas. Um fracasso. Shaq Fu é amplamente citado como um dos piores games já feitos. "Ainda assim, é um cult classic. Nos últimos 20, 24 anos, as pessoas me pedem para refazê-lo", lembrou O'Neal.

Iniciativa de Shaq. Segundo o próprio, partiu dele a proposta de refazer Shaq Fu. Vontade nunca faltou, mas sim quem cuidasse do lado técnico. "Se tivesse a habilidade de fazer o jogo, eu mesmo o faria", acrescentou, notando que não pode ensinar o trabalho dos game designers, mas participou com opiniões durante o processo.

Para o carismático ex-jogador, ...Reborn, além de gráficos e história melhores, tem personagens mais divertidos. Apesar de reconhecer o fiasco de antes, não se diz preocupado com a crítica especializada:

"Não me preocupo com reviews [profissionais]. Quero ver reviews dos caras que jogarem o game, não dos que ficam sentados fazendo reviews porque é o trabalho deles. Quero ver reviews dos meus filhos, dos amigos dos meus filhos; coisas tipo "esse game é uma droga" ou "esse game é demais". Não quero saber de outros".

Segundo a produtora, os atrasos foram principalmente pelas mudanças no enredo. "Vocês não acreditariam em alguns dos problemas que encontramos. Escrevemos o jogo ao longo de três anos, e não tínhamos ideia da história que estaria nas lojas para o mundo naquela ocasião. O resultado é que tivemos que mudar certas narrativas porque as coisas ficaram meio Nostradamus conforme os meses passavam. Algumas mudanças profundas no enredo nos levaram a retrabalhar certas seções do jogo que tinham grande impacto na história em geral".

Shaq enfrenta inimigos inspirados em celebridades do mundo real. Como sabem, é um universo volátil. A produtora também teve problemas de marketing e janelas de mercado. "Estivemos perto de lançá-lo várias vezes, mas tendo que voltar atrás no último minuto".

Mas Shaq Fu: A Legend Reborn está aí. Publicado pela Wired Productions, disponível a partir de 05/06, em versões física e digital. Hora de acertar as contas com o passado. ?

Daniel Lemes
Daniel Lemes
Fundador do MB, mais de mil artigos publicados, mais de dez anos pesquisando e escrevendo sobre games. Ex-seguista, fã de Smashing Pumpkins e Yu Suzuki.

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